sábado, 15 de setembro de 2012

Tristeza profunda

Estive em Madrid e confirmo: os espanhóis – alguns, pelo menos – estão preocupados com a tristeza de Cristiano Ronaldo.

A maioria dos jornais, e não apenas desportivos, faz manchete com o filho de dona Dolores, que aparece em várias fotografias com cara de amuado. Mas o assunto não é o único destaque na imprensa; o La Razón, por exemplo, dedica 20 páginas ao aniversário de Letizia Ortiz, esposa do herdeiro da Coroa de Espanha e Princesa das Astúrias, de Girona e de Viana, Duquesa de Montblanc, Condessa de Cervera e Senhora de Balaguer, s'il vous plaît.

Sobre a manifestação que reuniu centenas de milhar de pessoas para protestar contra os cortes na Saúde e na Educação, nem uma palavra. So what?

Mas voltando a Cristiano Ronaldo: o As, um dos principais jornais desportivos locais, citava José Mourinho que dizia que “se ele está triste e joga assim, é perfeito”. Também acho, apesar de me estar completamente a borrifar se joga bem ou mal, sobretudo quando ele o faz pelo Real Madrid.

Tentei provocar alguns espanhóis: “E Ronaldo?”. Respondiam que devia estar insatisfeito por ser mal pago e coisa e tal, mas um deles devolveu-me a pergunta: ¿Tu que és portugués, que piensas?

Disse-lhe que achava que estava triste porque na selecção portuguesa tinha uma pior média de golos marcados do que o Postiga.

A reacção foi rápida: ¿Quien és Postiga?

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