terça-feira, 30 de outubro de 2012

Nações Unidas

Já aqui me manifestei, várias vezes, contra o alargamento da Liga de Honra devido à inclusão das equipas B. Volto hoje ao tema para contrariar um dos principais argumentos que tem sido avançado para justificar o alargamento: a defesa do jovem jogador português.

Um análise cuidada aos jogadores utilizados até à data pelas equipas B não deixa margens para dúvidas: com exceção do Vit. Guimarães B, que conta 17 jogadores nascidos em Portugal entre os 23 já utilizados no total, todas as restantes cinco equipas têm mais jogadores nascidos fora do País.

Eis a crueza dos números, com a percentagem comparada entre jogadores nascidos em Portugal (continente e ilhas) e fora de Portugal

Vit. Guimarães - 73,9 por cento nascidos em Portugal/ 26,1 por cento nascidos fora de Portugal;
Benfica - 48,3 por cento nascidos em Portugal / 51,7 por cento nascidos fora de Portugal ;
Marítimo - 48,1 por cento nascidos em Portugal  / 51,9 por cento nascidos fora de Portugal;
Sp. Braga - 42,3 por cento nascidos em Portugal / 57,7 por cento nascidos fora de Portugal;
Sporting - 37,5 por cento nascidos em Portugal/ 62,2 por cento nascidos fora de Portugal e
F.C. Porto - 33,3 por cento nascidos em Portugal/ 66,6 por cento nascidos fora de Portugal.

Dos jogadores nascidos fora de Portugal, o Brasil é a principal origem: 26 nasceram em terras de Santa Cruz. Seis nasceram em Cabo Verde e outros tantos na Guiné-Bissau. Cinco vêm de França, três da Nigéria e outros três da Suíça. Com dois jogadores estão a Alemanha, Camarões, Colômbia, Inglaterra, Paraguai, Sérvia e Zâmbia.

A lista encerra com Angola, Argentina, África do Sul, Brukina Faso, Chile, Costa do Marfim, Croácia, Gana, Índia, Jugoslávia, Luxemburgo, México, Senegal, Suécia e Venezuela que contribuem com um jogador cada para engrossar o número de futebolistas nascidos fora de Portugal.

Claro que pode argumentar-se que alguns destes atletas, tendo embora nascido no estrangeiro são filhos de portugueses e / ou fizeram a sua formação em Portugal. Ainda assim, o número é, na minha opinião, demasiado elevado. E preocupante.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Os ricos cada vez mais ricos

O Sporting-Académica encerrou a jornada 7 da I Liga. Olho para a classificação, já atualizada, dou-em conta de uma realidade: os seis primeiros ganharam; os dez últimos só empataram ou perderam.

Ou seja: os primeiros são cada vez mais primeiros, os últimos cada vez mais últimos.

domingo, 21 de outubro de 2012

Pampilhosa (CORRIGIDO)

Falta disputar um jogo (Operário ou Caldas - Coimbrões) para se concluir a terceira eliminatória da Taça de Portugal, mas até agora nem amostra de tomba-gigantes.

Da I Liga, Sporting e Estoril Praia ficaram pelo caminho, mas eliminados por clubes do mesmo escalão, e das equipas da Liga de Honra apenas o Sp. Covilhã e o Un Madeira foram eliminados por equipas de divisão inferior, respetivamente o Pampilhosa e o Pedras Rubras.

Amanhã, claro, vai falar-se mais da derrota do Sporting, mas foi ela verdadeiramente surpreendente?

Surpresa mesmo foi a utilização de Rolando pelo F.C. Porto. Jogando a meio-campo, o internacional português jogou pela primeira vez esta época em partidas oficiais, no momento em que continua em cima da mesa a sua saída na abertura do mercado de inverno.

Começou a redenção para o defesa de origem cabo-verdeana?

sábado, 20 de outubro de 2012

Ele bem avisou...

Antes do jogo que a sua equipa foi disputar a Braga, para a Taça de Portugal, o treinador do Leixões, Horácio Gonçalves, prometeu:

"- Vamos jogar com tudo!"

Como se veria, tinha razão. Até levaram o autocarro para colocar à frente da baliza...

Quantos são, quantos são?

Em conferência de Imprensa de antevisão da partida com o Santa Eulália, para a Taça de Portugal, o guarda redes do F.C. Porto Fabiano Freitas, que ainda não se estreou em partidas oficiais,  disse que a sua equipa vai entrar em campo "sem pensar no jogo da Champions".

Cá estarei para ver quantos dos titulares portistas contra o Santa Eulália estarão no onze inicial no próximo jogo da Liga dos Campeões.

De combóio

José Mota, treinador do Vit. Setúbal, disse aos jornais que "um dia estarei na final da Taça".

Conselho de quem lá foi no ano passado: - Não leves carro! É melhor ir de combóio até à Cruz Quebrada e depois andar um bocadinho a pé.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Importa-se de repetir?

A Seleção fez um jogo errático e nunca esteve perto de vencer. Também, com uma equipa onde os laterais são o João Pereira e o Miguel Lopes e tem o Miguel Veloso e o Ruben Micael no meio campo...

Faltaram ideias, descernimento, poder de finalização. Os jogadores tentaram, mas de uma forma atabalhoada.

A confusão prolongou-se para lá dos 90 minutos. Interrogado após o jogo, João Moutinho disse ao microfone da RTP-1:

"- Demos tudo mas podíamos ter dado mais."


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Pasteleiro

No rescaldo do jogo de ontem para a Taça da Liga (Académica, 2 – Sp. Covilhã, 0, com os estudantes a ganharem a eliminatória no desempate por grandes penalidades), Pedro Emanuel, treinador da Briosa disse que “chegar à final era a cereja no topo do bolo”.

Parece-me prematuro falar da fruta quando ainda não há bolo. Nem pode haver, nesta altura do campeonato. E digo “campeonato” no sentido literal, e não figurado, porque é aí que a Académica joga a sua época. Pode até ir à final da Taça da Liga; pode reconquistar a Taça de Portugal; pode botar figura na Liga Europa, mas se não se safar na I Liga, não há bolo, não há cereja.

Mas pode ser que haja um pouco de tudo isso ou pelo menos um pouco de algumas dessas coisas. O pasteleiro, acredito, tem qualidade.

O coração e os pés

Dizer que o Futebol é um jogo de paixão é um lugar comum. A forma como os principais protagonistas falam diz isso mesmo, mostrando claramente que, mais vezes do que seria desejável, quem fala é o coração e não a cabeça.

Xavi, jogador do Barcelona e da Seleção espanhola, afirmou numa entrevista a uma estação de rádio catalã que “Mourinho não fará parte da história”. Só pode ser o coração a falar. 

O que Mourinho já fez – e o que, muito provavelmente, ainda fará – já lhe dá um lugar na história. Não deveria ser preciso ser fã do Special One para admitir isso, basta olha para a própria história despindo a camisola e o emblema que guardamos do lado esquerdo do peito.

Estas declarações de Xavi fizeram-me lembrar Fábio Coentrão que, há dois ou três anos e com o Benfica com menos 18 ponto do que o F.C. Porto teimava em dizer que “somos melhores do que eles”.

Tal como agora, era o coração a falar. Ou então eram os pés.

Rendo-me

Até ontem, dizia que a Académica teria provavelmente, com o Moreirense, o pior guarda redes da I Liga.

Ricardo foi utilizado na parte final da época passada e foi titular no Jamor, onde a Briosa bateu surpreendentemente o Sporting para ganhar a Taça de Portugal. Não comprometeu, mas também é verdade que a sua atuação nunca foi de molde a descansar os adeptos, com saídas extemporâneas de entre os postes ou, ao contrário, sem sair como e quando devia. Já este ano, e mesmo não tendo eu acompanhado a par e passo a carreira da equipa de Coimbra, Ricardo fica irremediavelmente ligado à derrota na República Checa (culpas graves no primeiro golo, onde não houve falta do avançado contrariamente ao que muita gente afirmou) e ao golo que deu o empate aos israelitas do Hapoel no jogo de Coimbra. Nesses jogos, Ricardo, disse eu, foi igual e ele próprio, errático e sem capacidade para garantir pontos, que é que se exige a um guarda redes.

Até ontem. Ontem, a Académica recebeu o Sp. Covilhã em jogo a contar para a Taça da Liga. Os Leões da Serra traziam uma vantagem de 2-0 do primeiro jogo e poucos acreditariam que a Académica desse a volta. 

Mas deu!

Edinho, com dois golos, levou o jogo para as grandes penalidades e depois… Depois a Académica ganhou. Ricardo, herói por um jogo, defendeu cinco penáltis e garantiu a vitória por 3-2.

Continuo pouco convencido de que Ricardo seja de facto bom. Mas rendo-me e não falo mais nisso.


PS - O Sp. Covilhã já tinha falhado uma grande penalidade na primeira mão, defendida por Peiser. Equipa que falha seis penáltis não merece passar à fase seguinte.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A lagosta e o bacalhau

Está confirmado o regresso de Manuel Machado ao futebol português. Vamos voltar a ouvir um papagaio com um discurso muito floreado e pedante, mas vazio, de um treinador que comprou polémicas várias, sobretudo com colegas de profissão.

Todos se lembram, por exemplo, do que aconteceu com Jorge Jesus, ainda antes de ele treinar o Benfica. Até que o técnico encarnado desceu de nível para o por na linha. Com Carlos Cardoso, então treinador do Vit. Setúbal, Manuel Machado sugeriu que “aproveitasse as Novas Oportunidades para tirar a quarta classe”. Na Académica, referindo-se ao plantel que tinha tido à sua disposição, disse que não podia “cozinhar lagosta, quando só tinha bacalhau”. E houve mais.

Talvez pelo facto de ter sido professor, Manuel Machado deve ter algum complexo de superioridade que é bem patente no discurso que adota. Mas deveria saber que é um discurso de lagosta quando ele próprio não passa de um bacalhau.

Polémica da t-shirt

O defesa do F.C. Porto Miguel Lopes apareceu no estágio da Seleção Nacinal com uma t-shirt que foi imediatamente fotografada e publicada pela (alguma) Imprensa e que circula desde então na internet.

O “F_ _ k  you  f_ _ king  f_ _ k” que se podia ler na t-shirt deu azo a muitos comentários e é revelador de alguma insensatez de uma figura pública, sobretudo no exercício de funções de presentação do seu País. Não sei a que se dirigia a mensagem – Vítor Pereira não convocou o lateral-direito para o jogo com o Sporting. Seria para ele? – mas pronto, certamente alertado por alguém mais ajuizado, o jogador não tardou em vir pedir desculpas públicas através das redes sociais. 

As desculpas foram pretexto para que a Imprensa (mais uma vez apenas alguma) voltasse a publicar a fotografia. O Diário de Notícias foi ao ponto de a publicar com uma legenda em explica o sucedido dizendo que a frase tem “uma tradução… impublicável”.

Ou seja: é impublicável em Português e publicável em Inglês? Fez-me lembrar o Herman José quando em horário nobre da RTP chamou “mother f_ _ ker” a alguém.

Baixinhos!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Autocarro

O Beira-Mar viu penhorado o seu autocarro por dívidas de cerca de 12 mil euros a três treinadores dos escalões de formação. O clube não pagou e a viatura foi penhorada.

Se a Justiça tivesse sido mais rápida, tínhamos escusado de ver o autocarro à entrada da área da equipa no sábado, contra o Benfica.

Laxismo

O Ponte da Barca foi indiferente aos argumentos da Académica e não aceitou antecipar em um dia o jogo com a Briosa, a contar para a Taça de Portugal. Os estudantes queriam jogar no sábado, de maneira a terem mais tempo para descansar e preparar a visita ao Atlético de Madrid, para a Liga Europa.

Os argumentos de defesa do futebol português não tiveram eco em Ponte da Barca. Nem tinham que ter. Os dirigentes minhotos tomaram uma decisão que tem por base a defesa dos interesses do próprio clube.

Está certo. Porque quem tem de defender o futebol português é a Federação Portuguesa de Futebol e ela é que deveria ter marcado o jogo para sábado, em vez de o fazer para domingo.