Simpatizo cada vez menos com Jorge Jesus. Criei uma boa ideia dele, é certo, quando o vi a treinar o Est. da Amadora, o Belenenses, o Sp. Braga. Cheguei a falar com ele algumas vezes – sempre conversas breves – e causou-me boa impressão. Mas desde que chegou ao Benfica e, sobretudo, desde que foi campeão, o seu capital de simpatia desceu a pique. O homem pode perceber muito de futebol, mas nos últimos anos mostra-se arrogante, mal-educado e, tão mau ou pior, gabarola e fanfarrão.
Jorge Jesus comporta-se muitas vezes como se tivesse o rei
na barriga. Seria bom que alguém lhe dissesse que vivemos numa república desde 1910.
Pode ser das bananas, mas ainda assim sem lugar para reis.
E a que propósito vem isto? A propósito do castigo – 15 dias
de suspensão – que o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol
aplicou ao treinador do Benfica, pondo termo a um processo que se arrastava
desde a visita do F.C. Porto a Luz na época passada (3-2 para os dragões, com o
golo da vitória a ser marcado por Maicon, em fora-de-jogo). No final do
encontro, Jorge Jesus disse que se o árbitro auxiliar não assinalou o
fora-de-jogo foi “porque não quis”.
Duvido que as equipas de arbitragem façam “o que querem” na
prática da arbitragem, mas isso não é para aqui chamado. Aquilo que eu chamo
para aqui é o tempo que se demora a julgar declarações consideradas injuriosas.
E, já agora, também o timing da publicação do castigo que, por surgir agora,
quando as competições internas estão paradas, não tem efeitos práticos por não
ter quaisquer implicações desportivas.
Ou seja: Jorge Jesus vai cumprir castigo
(se não recorrer dele, obviamente) como se de férias estivesse, porque na
próxima jornada, em Coimbra, ele vai sentar-se no banco e dirigir a sua equipa
como se nada tivesse acontecido.
Não produzindo qualquer efeito concreto, o “castigo” é inócuo,
não pune, nem serve, na prática, de dissuasor de eventuais reincidências por
parte do “castigado”.
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