O dia amanheceu cinzento e enfeiou ainda mais com o decorrer
das horas. Tinha decidido visitar a cidade antes de partir e assim fiz, mas a
chuva, que estava prometida desde segunda-feira, apareceu mesmo e ficou
dificultada a vontade de tirar fotografias.
Xangai é imensa, imponente, com o topo dos seus arranha-céus
perdidos entre as nuvens. Há no ar um odor ocre, qualquer coisa como se estivéssemos
numa pequena cozinha sem exaustor e estivéssemos simultaneamente a fritar e a guisar
algum alimento. Tão intenso como esse cheiro, só mesmo a chuva, ainda assim menos persistente do que os angariadores de clientes para massagens chinesas.
Assediam-nos na rua, caminham vários metros ao nosso lado a tentarem convencer-nos
a uns minutos de prazer. E mostram-nos fotografias de mulheres que parecem ser
mais novas do que a roupa que (não) vestem…
Visito People’s
Square e percorro os cinco quilómetros da rua pedonal que a liga ao Bund.
Tiro as fotografias que a chuva deixa.
E ao virar de uma esquina… Portugal outra vez! Depois de
Cristiano Ronaldo, logo no primeiro dia, agora deparo-me com o balcão de uma
loja, meio mini mercado, meio restaurante. Entre muitas outras comidas de cor,
forma e cheiro para mim irreconhecíveis, estava, em lugar de destaque, uma
bandeja de pastéis de nata…
Não comprei. Mas ficou-me outra referência a Portugal numa
cidade tão grande que nos faz sentir pequenos.
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