sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O filme ao contrário

O jornal Record publica na sua edição de hoje uma entrevista exclusiva com Van Wolfswinkel, avançado do Sporting muito contestado neste início de temporada.

Falando sobre o vínculo contratual com a equipa de Alvalade, o holandês afirma que a questão da renovação não afeta o seu rendimento desportivo. "Não é algo que tenha de ser resolvido para que eu jogue melhor", diz.

Se eu fosse adepto leonino dir-lhe-ia que se desengane: ele tem é de jogar melhor para renovar contrato.

Orelhas a arder

O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira ouviu das boas durante a Assembleia Geral do clube, realizada ontem. O dirigente saiu da reunião magna algo chamuscado com a não aprovação do relatório e contas do ano passado. Durante a assembleia levantaram-se várias vozes que chegaram a pedir a demissão de Luís Filipe Vieira, que abandou o local sob apertada segurança, receando-se pela sua integridade física.

Com tanto burburinho, talvez o dirigente benfiquista não tenha tido disponibilidade para pensar nas declarações que proferiu há uns dias em que, com todo o despropósito, visava a política financeira seguida pelo Sporting.

Deois do que aconteceu ontem à noite, talvez fosse bom que Luís Filipe Vieira se metesse na vida dele, em vez de tentar meter o nariz na vida dos outros.

E no Natal?

Ao jornal do clube, o defesa sportinguista Insúa disse que "queremos chegar ao final da temporada a lutar pelos títulos. Em maio seremos felizes".

Em Maio? - pergunto eu.

E no Natal?

Tic tac

O avançado João Tomás, do Rio Ave, tem 37 anos e é, provavelmente, o jogador mais velho da I Liga. Nos últimos anos tem sido, consecutivamente, o melhor marcador português no campeonato maior do nosso país.

João Tomás já não vai á Seleção, por onde passou, aliás, de forma sempre fugaz. O veterano avançado formado – e mal-amado – em Coimbra, está mesmo a ter um início de época atípico: fez os 90 minutos na primeira jornada, foi suplente utilizado na segunda e na terceira e não passou do banco no domingo passado, em Braga.

Mas quando é chamado, João Tomás continua a fazer aquilo que sempre soube fazer. Ontem, em Freamunde, para a Taça da Liga, capitaneou uma equipa recheada de jovens jogadores, desconhecidos do grande público. 

E o que o fez o bom do João? Acomodou-se? Longe disso: com a regularidade de um relógio suíço, deu o exemplo e marcou dois golos.

Conta gotas



Ontem, disputaram-se os três jogos que faltavam para completar a primeira mão da Segunda Fase da Taça da Liga, partidas em que intervieram outros tantos clubes da I Liga: Rio Ave, Beira-Mar e Moreirense. O facto não mereceu destaque de primeira página em nenhum jornal, mesmo desportivo.

A Taça da Liga é o “patinho feio” das competições profissionais em Portugal. E a culpada é a própria Liga, que permite que os clubes reagendem os jogos conforme lhes apetece, o que faz com que a competição seja disputada "às pinguinhas". Esta segunda fase, por exemplo, começou a jogar-se a 8 de Setembro, com o Leixões – Vit. Setúbal, mas só terminará a 31 de outubro, não conseguindo, naturalmente o visibilidade e o mediatismo que alcançaria se todas as partidas se disputassem em simultâneo. E com a recente interrupção do campeonato da I Liga, até houve oportunidade para tal.

A disputa de jogos a granel faz com que a Taça da Liga tarde em implantar-se no coração dos adeptos e a Liga de Clubes tem feito pouco para contrariar esse estado de coisas. Além de impor jogos em simultâneo, quem dirige o Futebol profissional em Portugal poderia valorizar a competição determinando que o seu vencedor tivesse acesso à Liga Europa. Se isso acontecesse, os próprios clubes passariam a olhar para a competição com olhos diferentes.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Taça de Portugal - A festa do Futebol

A terceira eliminatória da Taça de Portugal vai levar o F.C. Porto e Santa Eulália; o Benfica a Freamunde; a Académica a Ponte da Barca; o Gil Vicente a Gondomar. Sobretudo em Santa Eulália e em Freamunde, vai haver festa, independentemente de quem vencer os jogos. E seria surpreendente que fossem os da casa.

Da mesma forma que o Ciclismo é a modalidade mais “democrática”, porque vai de terra em terra e às pessoas quase lhes basta irem à janela ou à varanda para verem o espetáculo, também a Taça de Portugal é a competição mais próxima do povo. Nenhuma outra prova levaria o F.C. Porto a Santa Eulália…

Desde há muito que defendo que os jogos da Taça de Portugal deveriam ser sempre disputados no campo da equipa menos cotada. Se assim fosse, nesta eliminatória Tondela receberia o Vit. Setúbal, Vila Verde receberia o Vit. Guimarães, Sintra acolheria a visita do Olhanense e Santa Maria Oliveira a do Marítimo, por exemplo. A visita de clubes da I Liga a constitui a melhor manifestação de propaganda de uma modalidade que perde adeptos de ano para ano e que já não conta com a televisão em canal aberto para a divulgar.

Dois de uma vez



À sétima jornada, de uma assentada, foram dois os treinadores que saíram do comando técnico das equipas que comandavam. Filipe Rocha (Filó) demitiu-se do cargo na Naval, enquanto Bruno Moura deixou o Feirense.

Na Naval, já estamos habituados a chicotadas. O presidente Aprígio Santos faz estalar o chicote com facilidade, mesmo se, desta vez, a iniciativa parece ter sido do próprio treinador.

O caso dos fogaceiros é bem mais inquietante, porque Bruno Moura esteve apenas um mês no cargo (e, durante esse período, o campeonato até sofreu uma interrupção), em substituição de Henrique Nunes, que treinou a equipa nas primeiras três jornadas do Campeonato. 

A equipa de Santa Maria da Feira que desceu no ano passado à Liga de Honra, vai assim para o seu terceiro treinador da temporada e não consegue deixar os últimos lugares da classificação, podendo ser novamente despromovida.

A imprensa de hoje diz que a Direção do Feirense procura agora um treinador com experiência na Liga de Honra. Quando li isso, pensei imediatamente em Diamantino Miranda, um treinador com experiência e provas dadas no segundo escalão.

Mas receio que o antigo avançado do Benfica não veja essa possibilidade com bons olhos.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Ai Jesus!...



O treinador do Benfica voltou a dar, ontem, largas a uma arrogância parvita e mal-educada que tão bem o tem caraterizado nos últimos anos. Depois da sua equipa não ter conseguido vencer um adversário reduzido a dez durante 40 minutos e que sofreu um golo de penalti, que segundo a Crítica não existiu, Jorge Jesus atirou-se à arbitragem e disse que o que se passou foi “uma vergonha”.

“Uma vergonha” não pela grande penalidade supostamente mal assinalada contra a Académica. Não pela expulsão, injusta, de um jogador da Briosa. Quanto a isso, Jorge Jesus, foi claro: “Em relação à Académica, não tenho nada a ver com isso”, - afirmou.

“Uma vergonha” porque o árbitro assinalou dois penaltis contra o Benfica que não o foram. E, isso sim, é crime de lesa-majestade. Quem é que disse, afinal, que o “fair play é um treta”?

Já que não pode estar calado – que pena, por vezes, que os regulamentos da Liga imponham declarações dos treinadores, após os jogos – melhor seria se Jorge Jesus falasse da incompetência dos seus jogadores, em vez de falar daquela do(s) arbitro(s).

Oscar Cardozo falhou golos uns a seguir aos outros e Rodrigo também falhou de forma clamorosa. Se os jogadores – especialmente aqueles – tivessem sido minimamente competentes, aos 15 minutos, o Benfica estaria a ganhar por três ou quatro. Não foram e o Benfica não conseguiu ganhar por causa disso.

Tivessem eles marcado aqueles golos de “baliza aberta” e nem Xistra teria sido capaz de impedir a vitória dos encarnados.

sábado, 22 de setembro de 2012

Pontos de vista



Simpatizo com Ricardo Sá Pinto. Admiro a garra que punha em campo enquanto jogador e a forma como dá o peito às balas enquanto treinador, defendendo sempre os jogadores. Admiro também a maneira como se relaciona com s jornalistas, não fugindo às perguntas – antes respondendo-lhes. Sempre, o que é muito pouco comum e não só no Futebol.

Fruto da falta de resultados e da fraca qualidade do futebol apresentado pela sua equipa, Sá Pinto tem o lugar em risco. Em meia dúzia de jogos, passou de bestial a besta. É o habitual, sobretudo no Sporting, que teve cinco treinadores nos últimos três anos.

Espero que o clube resista à tentação do despedimento. Esperei o mesmo quando Domingos Paciência enfrentava a mesma situação. E José Couceiro, antes dele. E Paulo Sérgio e Carlos Carvalhal. E disse-o com ainda mais veemência quando foi Paulo Bento a estar na corda bamba.

O problema do Sporting, está visto, não são os treinadores. Mas não estou certo de que os dirigentes e adeptos sportinguistas vejam as coisas com os mesmos olhos do que eu.

Mistério



O Futebol é um fenómeno seguido por milhões, mas há mistérios que só estão ao alcance de alguns. Por exemplo, não entendo a notícia que vem na imprensa desportiva de hoje segundo a qual os jogadores do Vit. Guimarães B tinham feito donativos ao seu clube, o Vitória Sport Club, participando na operação de resgate financeiro que o clube minhoto tem em curso.

Não faz sentido que os trabalhadores financiem, com donativos, os seus postos de trabalho.

Falsa partida



Começou mal a participação portuguesa nas fases de grupo da Liga dos Campeões e da Liga Europa, com apenas uma vitória – do F.C. Porto, em Zagreb – três empates e duas derrotas. Além do F.C. Porto, só a Académica, que perdeu na República Checa, marcou um golo.
 
Na terça-feira, mesmo sem jogar bem, os dragões fizeram o que interessava: ganhar. Fizeram-no sem brilho, ainda assim com brio num jogo marcado por Lucho González que inaugurou o marcador e dedicou o golo ao pai, falecido horas antes.

No dia seguinte, em Glasgow, o Benfica não sentiu a falta de Luisão, mas o eventual excesso de cuidados defensivos (também Maxi Pereira não jogou, por castigo) impediu a equipa de conseguir uma vitória, que seria inédita no campo do Celtic. Pior este o Sp. Braga, surpreendemente batido em casa pelo Cluj.

Na Liga Europa, Sporting e Marítimo consentiram empates em casa, mas amargo o de Alvalade, frente a um adversário acessível, que tinha ido além da derrota em anteriores visitas ao reduto leonino. Mas também o Marítimo perdeu a possibilidade de começar com um vitória, não aproveitando o facto do Newcastle se apresentar sem vários dos seis habituais titulares.

Na República Checa, a Académica até começou bem e vencia por 1-0, ao intervalo. Mas no reatamento o guarda-redes Ricardo foi igual e ele próprio e permitiu que um avançado contrário chegasse com a cabeça onde ele “não quis” chegar com as mãos e consentiu um golo que relançou o Viktoria Plzen. Bastava que o guarda redes da Académica tivesse saltado…

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Papéis trocados

A Federação Portuguesa de Futebol e o ex-selecionador nacional Carlos Queiroz chegaram a um entendimento para pôr fim ao litígio provocado pelo despedimento do treinador, há dois anos.


Queiroz foi demitido após ter dado uma entrevista que a direção da Federação julgou insultuosa para com o então vice-presidente Amândio de Carvalho. O demitido interpôs uma ação em tribunal reclamando uma indemnização de 3,3 milhões de euros. Agora, as partes chegaram a acordo para o pagamento de 2 milhões de euros.

Contas feitas pela Imprensa, a FPF gastou um total de 7,5 milhões de euros com Carlos Queiroz, entre salários, prémios e indeminização (mais o pagamento feito ao Manchester United para garantir a sua libertação).

Treinasse ele como negoceia e o atual selecionador do Irão seria campeão do Mundo.