terça-feira, 18 de setembro de 2012

Está bem, abelha

É sabido, a Volta a Espanha encerra oficiosamente a época ciclista. Claro que depois ainda se disputa o Campeonato do Mundo (decorre até domingo, em Limburgo, na Holanda), mas esta competição está para o ciclismo como a Taça da Liga para o futebol português: faz parte do calendário, mas poucos lhe ligam.

Este ano, foi introduzida uma novidade, um contrarrelógio por equipas, mas Bradley Wiggins e Chris Froome, que foram primeiro e segundo na Volta a França (e Wiggins foi campeão olímpico em Londres e Froome foi quarto na Volta a Espanha), não participaram, tal como os australianos Riche Porte e Michael Rogers, que também são considerados especialsitas no contrarrelógio. Alberto Contador, que regressou de suspensão para ganhar a Volta a Espanha, também não.

Nesta prova, em princípio deveriam ter participado dois portugueses: Hernâni Broco, da Caja Rural e Rui Costa, da Movistar, mas este último acabou por não alinhar por ter sido picado por uma abelha.

Custa entender como um ciclista pode subir montanhas com inclinações que por vezes ultrapassam os 20 por cento e não suporta uma picada de abelha. O ciclismo é uma modalidade de sofrimento. Os ciclistas caem e levantam-se com os joelhos, os ombros, os cotovelos a escorrer sangue e prosseguem a etapa. Nos anos 70, houve um, Guilherme Rocha, que fez várias etapas da Volta a Portugal, com um braço ao peito, depois de uma fratura durante o prólogo.

Mas talvez o Campeonato do Mundo de ciclismo não passe mesmo de uma mera Taça da Liga e não mereça o sacrifício que os ciclistas estão dispostos a fazer noutras competições.

Sem comentários:

Enviar um comentário