Será fácil eleger o ciclista Rui Costa e o futebolista Cristiano Ronaldo como desportistas portugueses do ano. Escolher apenas um de entre eles é que será mais complicado…
Da mesma maneira que já aqui assumi por diversas vezes não
ser um admirador entusiasta de Cristiano Ronaldo, será da mais elementar
justiça pensar no madeirense como o melhor futebolista do Mundo em 2013. Os
mais críticos poderão dizer que o internacional português beneficiou da prolongada
lesão de Lionel Messi, seu arqui-rival na liga espanhola e em todo o mundo.
Sinceramente, acho que devemos dar mais crédito ao CR7. Marcou 67 golos ao
longo do ano e, sobretudo, demarcou-se ao serviço da Seleção de Portugal, uma
pecha que muita gente lhe apontou durante muito tempo. Quanto a Messi, o
português não tem culpa do infortúnio do argentino e Ribéry, francamente, não é
deste campeonato.
No ciclismo, Rui Costa fez muito mais do que dar pretexto a
piadas de mau gosto de presidentes de clube sobre o seu homónimo benfiquista. O
português venceu duas etapas da Volta a França, coisa que, antes disso, apenas
Joaquim Agostinho tinha conseguido. O malogrado ciclista vê agora
ser-lhe disputado o título de melhor português de sempre porque, além das duas
vitórias no Tour, Rui Costa sagrou-se também Campeão Mundial de estrada, um
feito absolutamente inédito.
Os desempenho de Cristiano Ronaldo e de Rui Costa aumentam as
nossas expetativas para 2014. Se do futebolista não se espera
outra coisa que não seja que carregue às costas a Seleção de Portugal no
Mundial do Brasil e a conduza o mais longe possível, do ciclista dificilmente
se poderá esperar mais do que ele já mostrou. Pela nossa parte ficaríamos muito
satisfeitos se ele pudesse “apenas” repetir o que já fez.