Confesso que tive dificuldade em acreditar que Sérgio
Conceição voltasse a Coimbra e à “sua” Académica enquanto José Eduardo Simões
fosse presidente do clube. Ainda bem que voltou. Ganhou aquele jogo com o
Moreirense e a equipa manteve-se na I Liga quando já poucos acreditavam.
Agora, a Académica está em último lugar, com oito pontos, e
encerra esta noite, contra o Olhanense, o primeiro terço da época. A temporada
não tem corrido bem, exceção feita para a carreira na Taça de Portugal. No Campeonato
– já para não falar da Taça da Liga – é que as coisas não têm corrido de feição.
Mas: como ganhar jogos se não há quem marque golos? A Briosa
tem o pior ataque dos últimos anos. No defeso, Sérgio Conceição perdeu Edinho
(13 golos no ano passado) Salim Cissé (seis) e Wilson Eduardo (seis, também).
Estes jogadores representaram mais de 75 por cento dos golos marcados pela
equipa.
Compreensão, portanto, para as dificuldades que o treinador
necessariamente sente na construção de um ataque acutilante. Antes, no entanto,
e acima de tudo, admiração e apreço por alguém que sente a Académica como
Sérgio Conceição sente. Um treinador que sofre pelo seu clube e que chora
(escrevi “chora” sem aspas) pela Académica será sempre o meu treinador.
Por isso não tenho dúvidas: por mim, é Sérgio Conceição até
ao fim.