sexta-feira, 31 de agosto de 2012

País de marinheiros


Portugal é um país de marinheiros. E de pescadores, acrescento eu. As equipas portuguesas nas competições europeias foram á pesca e “apanharam” com dois tubarões (Barcelona e Manchester United) e meia-dúzia de trutas (PSG, Dínamo de Kiev, Spartak de Moscovo, Galatasaray, Atlético de Madrid, Newcastle…).

Sorteio difícil? Nem por isso, está tudo em aberto, com a tarefa da Académica e ser, naturalmente, a mais difícil, ainda assim possível.

Ter seis equipas na fase de grupos da Champions e da Liga Europa é inédito em Portugal. Seria bonito se todas conseguissem levar o barco a bom porto. A pescaria seria histórica.

Goodbye A-Rod




O tenista norte-americano Andy Roddick, anunciou ontem, no dia do seu 30º aniversário, que iria pendurar as raquetes no final da presente edição do US Open, último Grand Slam da temporada.

Roddick, antigo número 1 mundial júnior e sénior do circuito maior do ténis mundial e vencedor de 32 títulos individuais, incluindo cinco Masters 1000 e um Grand Slam, poderá retirar-se, portanto, no seu torneio favorito, diante do seu público, onde já foi vencedor, na longínqua edição de 2003, quando tinha apenas 21 anos. Para muitos, o actual nº22 do mundo, nunca passou de um grande talento que não confirmou as credenciais cedo apresentadas na sua carreira. Para mim, “A-Rod” tratou-se simplesmente de uma das mais claras vítimas da já chamada “Geração de Ouro” do ténis, dominada precisamente desde 2003 por Roger Federer, e mais recentemente Rafael Nadal e Novak Djokovic.

Aqui fica a minha promessa, de assistir ao seu próximo jogo com o jovem prodígio Bernard Tomic, da mesma forma que assistirei aos seguintes: com a esperança que não seja o último, até à final do dia 9 de Setembro.

Jornalês


“O defesa-esquerdo Daniel Martins, que evoluía na equipa B das águias, está próximo de se tornar o mais recente reforço do Atlético”. Vem no Record de hoje.

Próximo de se tornar recente? Faz sentido?

Sugiro ao escriba uma errata: “está perto de se tornar no próximo reforço”.

Simone Fragoso


Estou apaixonado por Simone Fragoso. Acredito que muitos não conheçam a nadadora do Benfica, que representa Portugal nos Jogos Paralímpicos que estão a decorrer em Londres. Eu também só a conheci há pouco, mas foi amor à primeira vista.

Ninguém pode ficar indiferente à alegria contagiante de Simone. Vê-la a festejar, saltando de alegria ao entrar na piscina olímpica, só por “estar ali”, naquele palco, é refrescante numa altura em que o nosso país passa por tantas dificuldades. Simone Fragoso ri-se dessas dificuldades (e, por certo, de outras), enfrenta-as, menoriza-as, ultrapassa-as e dá-nos razões para querermos fazer o mesmo. Um exemplo que todos deveríamos seguir, aquele metro e meio de mulher.

Estou apaixonado por Simone Fragoso. A minha felicidade é maior, porque a paixão é mútua. Quem sorri assim, só pode amar a vida. E os outros.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Nota artística


Maicosuel, o jogador da Udinese que marcou, à Panenka, o penálti que eliminou a sua equipa no confronto com o Sp. Braga, não deve acompanhar o futebol português. Se acompanhasse, deveria saber que a eficácia é preferível à nota artística. Em Portugal estamos fartos de saber isso, embora ainda haja alguns a privilegiarem a segunda relativamente à primeira. Sem grandes resultados, como se sabe.

Se o ridículo matasse, o nome de Maicosuel teria vindo hoje nas páginas de necrologia. Mas não mata, apenas faz rir uns e desespera outros

Os adeptos do F.C. Porto, por exemplo: no sábado, gozaram o “prato” de um penalti assim, marcado por Jackon Martínez, ao Vit. Guimarães. Tivesse ele falhado e o Tribunal das Antas tinha lavrado sentença de imediato. Ainda assim, não sei o avançado dos dragões repetirá a gracinha. Lembro-me de que há uns três anos o Jeusaldo Ferreira até ameaçou com um soco o Fucile por ter marcado um penalti desses. Foi num jogo particular, ainda durante a pré-época, mas duvido que o defesa uruguaio tenha ficado com vontade de voltar a marcar daquela forma. Procurem no Youtube, deve haver imagens disso.

Não sei como Vítor Pereira terá reagido à forma como Jackson Martínez marcou no sábado. Vítor Pereira não é Jesualdo Ferreira e Jackson Martínez não é Jorge Fucile. Mas o F.C. Porto continua a ser o mesmo. 

Em equipa minha, o Panenka não jogava, porque em futebol de alta competição a eficácia deve sobrepor-se à nota artística e porque tentar ridicularizar os adversários pode sair-nos caro…