Maicosuel, o jogador da Udinese que marcou, à Panenka, o
penálti que eliminou a sua equipa no confronto com o Sp. Braga, não deve acompanhar
o futebol português. Se acompanhasse, deveria saber que a eficácia é preferível
à nota artística. Em Portugal estamos fartos de saber isso, embora ainda haja
alguns a privilegiarem a segunda relativamente à primeira. Sem grandes
resultados, como se sabe.
Se o ridículo matasse, o nome de Maicosuel teria vindo hoje
nas páginas de necrologia. Mas não mata, apenas faz rir uns e desespera outros
Os adeptos do F.C. Porto, por exemplo: no sábado, gozaram o “prato”
de um penalti assim, marcado por Jackon Martínez, ao Vit. Guimarães. Tivesse
ele falhado e o Tribunal das Antas tinha lavrado sentença de imediato. Ainda
assim, não sei o avançado dos dragões repetirá a gracinha. Lembro-me de que há
uns três anos o Jeusaldo Ferreira até ameaçou com um soco o Fucile por ter
marcado um penalti desses. Foi num jogo particular, ainda durante a pré-época,
mas duvido que o defesa uruguaio tenha ficado com vontade de voltar a marcar
daquela forma. Procurem no Youtube, deve haver imagens disso.
Não sei como Vítor Pereira terá reagido à forma como Jackson
Martínez marcou no sábado. Vítor Pereira não é Jesualdo Ferreira e Jackson
Martínez não é Jorge Fucile. Mas o F.C. Porto continua a ser o mesmo.
Em equipa minha, o Panenka não jogava, porque em futebol de
alta competição a eficácia deve sobrepor-se à nota artística e porque tentar
ridicularizar os adversários pode sair-nos caro…