quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Brincadeira

O vice-presidente do Benfica e ex-administrador da SAD benfiquista, Rui Gomes da Silva, foi punido pelo Conselho de Disciplina da FPF com onze meses de suspensão. Quando ouvi a notícia, fiquei intrigado: que teria ele feito para merecer um castigo tão longo?

Fui à net, googlar. Antes ainda de ficar a saber os pecados do dirigente encarnado, fiquei a saber que ele, afinal, não vai cumprir pena. É verdade, a suspensão não produz efeito, porque Rui Gomes da Silva deixou de exercer funções na SAD do clube. O dirigente deixou de fazer parte do Conselho de Administração. Portanto...

Acredito que os membros do Conselho de Disciplina sejam pessoas honestas. Alguns, pelo menos, sei que são. E que são, também, uns brincalhões.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Falta de comparência

O F.C. Porto perdeu ontem, em Braga, o seu primeiro jogo da época. A derrota, surge após uma série de 15 vitórias e três empates em jogos oficiais: Supertaça, Campeonato, Taça de Portugal e Liga dos Campeões.

Os dragões deveriam ter ganho este jogo: são melhor equipa do que o Sp. Braga, têm melhores jogadores e vivem um período de grande estabilidade psicológica motivacional pelos resultados que têm vindo a obter. Em contra partida, os bracarenses vinham de uma série de resultados muito negativos, quer para o Campeonato, com derrotas frente a adversários diretos como o são este F.C. Porto, mas também o Sporting, quer também para a Liga dos Campeões, de cuja próxima fase já estão eliminados.

Mas a verdade é que o F.C. Porto perdeu. E perdeu porque não mereceu ganhar. Não estou a falar de jogo jogado. Estou a falar de comportamento, de atitude.

O treinador portista, Vítor Pereira, compôs o onze que alinhou ontem frente ao Sp. Braga com apenas dois dos habituais titulares: Otamendi e James Rodríguez. Para um jogo que não podia perder, pois a derrota representava o adeus à competição, Vítor Pereira presentou uma equipa de segunda linha frente a um adversário forte, que jogava em casa.

Para mim, comum adepto de Futebol, a escolha de Vítor Pereira é uma falta de respeito que deve ser punida com derrota. E foi-o, tal como teria acontecido se não se tivesse apresentado a jogo e lhe tivessem registado uma derrota por falta de comparência.

Não se trata de temeridade, de uma aposta falhada. É mesmo uma falta de respeito pelo adversário, pela competição, pelos adeptos, e pelos seus próprios jogadores.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Chapa 100

Feliz coincidência, o post número cem deste blog é dedicado ao mais recente Senhor 100 do Futebol português, João Tomás, que com os três golos que marcou em Setúbal na jornada passada ultrapassou a centena de golos apontados no principal campeonato de Portugal.

A época de 97/98, que marcou o regresso da Académica à I Liga após uma longa travessia do deserto, é a temporada de estreia para o avançado nascido em Oliveira do Bairro, filho de um ex-futebolista. O irmão, Miguel, de quem se dizia ser ainda mais talentoso que João, também tem no Futebol a sua profissão, jogando na equipa da terra desde 2007/08. Tem passagens por Naval, Sp. Pombal, Sanjoanense e Pampilhosa e, sem nunca ter tido oportunidade para jogar no principal campeonato português, teve ainda assim anos de marcar 18 ou 19 golos na II Divisão B.

João Tomás começou a jogar no Oliveira do Bairro e passou pelo Aguinense, antes de ir para o Anadia, onde a Académica, na altura ainda na Liga de Honra, o foi buscar.

Em 96/97 contribui para a subida da Briosa à I Liga, mas é dois anos depois, de regresso à Liga de Honra, que desponta como grande goleador. Chamam-lhe Jardel de Coimbra, estabelecendo o paralelo com o goleador brasileiro. Até janeiro marca 19 golos em 17 jogos e torna-se impossível ao clube de Coimbra resistir ao assédio do Benfica, para onde João Tomás se transfere.

No ano seguinte, com a camisola do clube da Luz, marca 17 golos em 19 jogos, e forma com Van Hooijdonk uma terrível dupla de avançados, mesmo se em termos coletivos as coisas não correm bem. Ainda assim, em termos pessoais, fica na memória o hat trick ao Vit. Guimarães e, logo na jornada seguinte, os dois golos ao Sporting, no último jogo de José Mourinho como treinador dos encarnados.

No início da época seguinte, o Benfica é incapaz de o "segurar" e João Tomás segue para o Bétis, de Espanha, iniciando experiências que ainda haviam de o levar ao Qatar e à Arábia Saudita. Pelo meio ficam passagens por Vit. Guimarães, Sp. Braga e Boavista, este já na II Divisão B.

O Rio Ave recupera-o para o Futebol português e em boa hora o faz. O avançado prova que o passar dos anos só refinou o seu instinto goleador. Época após época, marca com a regularidade de um relógio suíço. Um tic tac que se houve, jornada a jornada nos campos deste país.

Tão ou mais impressionante quanto a regularidade de João Tomás, é a forma como os clubes grandes deste país, e a própria Seleção de Portugal, desaproveitaram as qualidades deste futebolista de eleição. O bairradino tem uma carreira de que se pode orgulhar. Mas... até onde poderia ter ido num clube de dimensão diferente à do Rio Ave?

Acresce que o avançado é muito mais do que um bom jogador de futebol, que marca muitos golos. Os seus ex-colegas e treinadores são unânimes em destacar as qualidades e formação humana de João Tomás.

Também por isso - sobretudo por isso, claro - honra lhe seja feita.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Sport Respeito e Saudade

Tinha previsto escrever hoje sobre João Tomás, que ontem marcou três golos em Setúbal e, com eles, atingiu os 101 apontados na I Liga. Tinha pensado escrever sobre o Sporting e a grande oportunidade que tem hoje de aproveitar a escorregadela do Sp. Braga e voltar a pensar na qualificação para a Liga dos Campeões. Mas isso terá de ficar para amanhã.

Morreu Guilherme Espírito Santo. Conheci-o através dos relatos do meu avô e também do meu pai, que cresceu no tempo de “um jogador de elegância extrema, habilidoso, ágil e de velocidade estonteante”, como escreveu o jornalista Rui Dias, enchia de futebol os campos deste país.
Espírito Santo retirou-se dos relvados quase 15 anos antes de eu nascer, quase vinte antes de eu começar a interessar-me por Futebol. E, no entanto, foi um dos meus primeiros ídolos.

Não cabe aqui o elogio que outros, melhor do que eu, lhe farão. “Assente em dinâmica fabulosa, era inteligente nos movimentos e seguro nas decisões; e para que nada faltasse aos argumentos de grande avançado, o poder de salto era tão deslumbrante que chegava a parecer um pássaro a voar nas alturas”, escreveu ainda Rui Dias.

Emocionei-me quando conheci pessoalmente Espírito Santo. Quando o cumprimentei, tive a perceção plena de que estava a apertar a mão de um grande Senhor – por extenso e com maiúscula – do Benfica e, mais do que isso, do Futebol português.
  
Hoje ia escrever sobre João Tomás. Tinha pensado escrever sobre o grande resultado que o Sporting pode ter “feito” ontem, em Braga. Mas tudo isso fica para amanhã.

Hoje é dia de Sport Respeito e Saudade.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Dúvidas

O Benfica venceu o Celtic e adiou para a última jornada da Liga dos Campeões a decisão sobre o seu destino: aos encarnados "basta" conseguir em Camp Nou o mesmo resultado que o Celtic conseguir, em casa, frente ao Spartak Moscovo.

Certamente entusiasmado com a possibilidade de passar à fase seguinte, Jorge Jesus afirmou em conferência de imprensa que "está tudo em aberto". A acrescentou:

- Se o Barcelona for melhor [do que o Benfica] terá de o provar em campo.

Que Jorge Jesus utilize o condicional e duvide que o Barcelona de Messi e do tika taka seja melhor do que o Benfica ainda vá que não vá. Mas era desnecessário desafiá-los para o "provarem" em campo. O técnico benfiquista percebe de Futebol e sabe bem que nem sempre ganham os melhores. Por exemplo: naquele campeonato que o F.C. Porto ganhou em 2010-11 com 21 pontos de vantagem sobre o Benfica, tanto Jorge Jesus como Fábio Contrão (pelo menos...) repetiam que o Benfica é que era melhor.

Ou seja: o Barcelona até pode ganhar, mas não quer dizer que seja melhor do que o Benfica. Certo?

domingo, 18 de novembro de 2012

Pinheiro, precisa-se

A Imprensa desportiva noticia hoje que o novo treinador do Sporting, Franky Vercauteren "quer um avançado experiente e possante".

Definitivamente, penso que o técnico leonino ainda não percebeu em que clube está.

O melhor avançado que o Sporting teve nos últimos anos era "levezinho". O  que não o impediu de marcar muitos golos e, mesmo sendo brasileiro, chegar à Seleção de Portugal.

De qualquer forma, foi a própria expressão utilizada por Vercauteren que me chamou a atenção, porque ao último treinador do Sporting que pediu publicamente um avançado possante (na altura "pinheiro" foi o termo), a direção ofereceu um... guarda-redes. Chamava-se Hildebrand e o máximo que fez foi um jogo para a Taça de Portugal e dois para a Liga Europa.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Nunca se sabe

O Record de hoje anuncia que o treinador "Franky Vercauteren vai receber prendas de Godinho Lopes em janeiro", acrescentando que um avançado e um central estarão a caminho de Alvalade, enquanto Gelson Fernandes, Elias e Xandão podem sair.

O técnico belga está há pouco tempo em Portugal e talvez não conheça o provérbio "quando a esmola é grande, o pobre desconfia".

De qualquer forma, no caso de Vercauteren, e antes de chegar a janeiro, é preciso chegar ao Natal...

No Sporting nunca se sabe.

Greve geral

Perante um hino claramente desafinado quando entoado pelos jogadores portugueses no início do jogo, dei por mim a pensar "espero que joguem melhor do que cantam". Eterno otimista!

A bola saltitava num ervado impróprio para consumo, o árbitro, sempre muito risonho, ia dando o exemplo, numa sinfonia do apito e um festival de cartões e de grandes penalidades.

O jogo da seleção poderia ter sido apresentado como um filme de classe B e os telespetadores não teriam sido enganados.

Hoje, no Gabão, o Futebol foi solidário e também fez greve. 

domingo, 11 de novembro de 2012

Democracia

Luís Filipe Vieira afirmou ontem que "o Benfica é um caso sociológico, representa o povo. é um clube completamente aberto, transparente e democrático".

Sabendo-se que para ser presidente do Sport Lisboa e Benfica - cargo para o qual Luís Filipe Vieira foi recentemente reeleito - a idade mínima é 43 anos (para ser Presidente da República basta ter... 35), seria interessante saber de que Benfica estava Luís Filipe Vieira a falar.

Se é do "seu" que Vieira está a falar, discordo do conceito de Democracia. Um clube cujos Estatutos exigem 25 anos consecutivos de sócio após atingir a maioridade, pode ser um clube transparente, mas está longe de ser aberto e democrático.




quinta-feira, 8 de novembro de 2012

De mal a pior

O inglês do entrevistador da SIC no flash interview do Sporting - Genk ainda consegue ser pior do que o futebol da equipa de Alvalade.

Humor negro

Este Genk deve ser mesmo muito fraco para só ter empatado em Alvalade...

terça-feira, 6 de novembro de 2012

A Bela e o Monstro

Ouvi na Antena 1 o relato do Dínamo Kiev - F.C. Porto que qualificou os dragões para os oitavos de final da Liga dos Campeões.

Em Kiev, Fernando Eurico contava-nos as peripécias da partida, naquela linguagem dinâmica e colorida que fazem dele o melhor "relatador" da rádio pública portuguesa - sim, eu sei, também gosto do Hélder Conduto, mas prefiro o homem do norte...

Em estúdio, Manuel Queirós, naquela voz pastosa e linguagem repleta de inversões e hesitações, desafiava-nos a mudar de estação.

Já aqui o escrevi - e até um leitor aqui o escreveu também - eu não percebo nada de Futebol. Não posso por isso questionar a competência técnica de Manuel Queirós como comentador do desporto rei. Mas, francamente, porque não se dedica ele ao jornalismo escrito e se fica por aí?

Os ouvintes agradecem.


domingo, 4 de novembro de 2012

Vinho do Porto

João Tomás marcou outra vez e deu a vitória ao Rio Ave, em Moreira de Cónegos. Em Freamunde, Joeano também marcou e deu a vitória ao Arouca.

Ambos são trintões, bastante mais velhos do que Tozé Marreco (marcou na vitória da Naval sobre o Vit. Guimarães B) ou Licá, que marcou pelo Estoril Praia, à Académica. Outro jovem, Éder, desta vez não marcou - jogou apenas seis minutos, poupado para a Liga dos Campeões - mas é o segundo melhor goleador do campeonato.

Todos eles jogaram na Académica. Se os jogadores são como o vinho do Porto, é pena que os dirigentes academistas não o sejam, porque tudo quanto o clube ganhou com a saída destes  jogadores foram 40 mil contos (ainda não havia euros, na altura) com a venda de João Tomás ao Benfica, há 12 anos...

Perda de tempo

Em Braga, Hugo Viana, que contribuiu para a vitória da equipa da casa sobre o Gil Vicente, dedicou o seu golo a César Peixoto, jogador adversário. Fê-lo por ironia e provocação.

César Peixoto respondeu com beijinhos. Ele é que sabe, mas se eu tivesse a Diana Chaves em casa não perdia tempo a mandar beijinhos ao Hugo Viana.

Escola de virtudes

Ontem vi a segunda parte do Benfica - Vit. Guimarães, com a equipa da casa a dominar um adversário absolutamente inofensivo e com grandes dificuldades em sair do seu próprio meio campo. Nem por isso o Benfica desfrutou de grandes ocasiões de perigo, além daquelas que concretizou: uma por Lima e outra por Oscar Cardozo, num penálti que terá existido ou não, fica a dúvida.

No jogo da Luz, porém, mais do que a total subserviência do Vit. Guimarães, a imagem que me ficou na retina foi o "estádio" levantar-se para aplaudir estrondosamente um jogador benfiquista (André Almeida) que tinha sido expulso após uma entrada violentíssima sobre um adversário.

André Almeida é "um menino", como diria mais tarde Jorge Jesus, e está em idade de cometer deslizes, fruto da sua imaturidade e até - quem sabe? - dos nervos por uma primeira aparição na equipa do Benfica em pleno Estádio da Luz.

Mas, também porque é "um menino", deveria levar um valente puxão de orelhas pelo que tinha acabado de fazer a um colega de profissão. Em vez disso, o Estádio levantou-se para o aplaudir como a um herói. É pena que o Futebol hão seja mais a escola de virtudes que foi outrora.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Intruso

Acabou finalmente – arrastava-se desde 8 de setembro, com jogos em oito datas diferentes – a segunda fase da Taça da Liga, que apurou os oito clubes que irão juntar-se àqueles outros tantos que foram os primeiros no campeonato da época passada e que disputarão a Fase de Grupos. Dos oito agora qualificados, sete são da I Liga e apenas um da Liga de Honra, a Naval.

Com o modelo competitivo que tem sido adotado, mais valia que na Taça da Liga participassem apenas clubes do primeiro escalão: os regulamentos privilegiam-nos tanto, que muito dificilmente saem derrotados nos confrontos com equipas da Liga de Honra, que são forçados a jogar, muitas vezes à quarta-feira, sem a devida compensação financeira, uma vez que aos jogos assistem escassas centenas de pessoas.

O ideal seria mesmo acabar com a proteção aos clubes ditos “grandes” e haver sorteio aberto para todos desde a primeira fase. Para a notoriedade da competição, o ideal seria mesmo que os jogos se disputassem todos nas mesmas datas, podendo haver um – ou dois, vá lá – cuja data e hora pudesse ser alterada para o dia anterior ou para o dia seguinte, de forma a poderem ser televisionados. Para o interesse competitivo da Taça da Liga, o ideal seria que o seu vencedor tivesse acesso automático à Liga Europa.

Tenho a convicção de que se estes pressupostos fossem seguidos, os clubes encarariam a competição com maior seriedade – mesmo para com os seus adeptos – e apresentariam nos seus jogos as primeiras equipas e não as reservas e as partidas despertariam muito maior interesse junto do público.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Nações Unidas

Já aqui me manifestei, várias vezes, contra o alargamento da Liga de Honra devido à inclusão das equipas B. Volto hoje ao tema para contrariar um dos principais argumentos que tem sido avançado para justificar o alargamento: a defesa do jovem jogador português.

Um análise cuidada aos jogadores utilizados até à data pelas equipas B não deixa margens para dúvidas: com exceção do Vit. Guimarães B, que conta 17 jogadores nascidos em Portugal entre os 23 já utilizados no total, todas as restantes cinco equipas têm mais jogadores nascidos fora do País.

Eis a crueza dos números, com a percentagem comparada entre jogadores nascidos em Portugal (continente e ilhas) e fora de Portugal

Vit. Guimarães - 73,9 por cento nascidos em Portugal/ 26,1 por cento nascidos fora de Portugal;
Benfica - 48,3 por cento nascidos em Portugal / 51,7 por cento nascidos fora de Portugal ;
Marítimo - 48,1 por cento nascidos em Portugal  / 51,9 por cento nascidos fora de Portugal;
Sp. Braga - 42,3 por cento nascidos em Portugal / 57,7 por cento nascidos fora de Portugal;
Sporting - 37,5 por cento nascidos em Portugal/ 62,2 por cento nascidos fora de Portugal e
F.C. Porto - 33,3 por cento nascidos em Portugal/ 66,6 por cento nascidos fora de Portugal.

Dos jogadores nascidos fora de Portugal, o Brasil é a principal origem: 26 nasceram em terras de Santa Cruz. Seis nasceram em Cabo Verde e outros tantos na Guiné-Bissau. Cinco vêm de França, três da Nigéria e outros três da Suíça. Com dois jogadores estão a Alemanha, Camarões, Colômbia, Inglaterra, Paraguai, Sérvia e Zâmbia.

A lista encerra com Angola, Argentina, África do Sul, Brukina Faso, Chile, Costa do Marfim, Croácia, Gana, Índia, Jugoslávia, Luxemburgo, México, Senegal, Suécia e Venezuela que contribuem com um jogador cada para engrossar o número de futebolistas nascidos fora de Portugal.

Claro que pode argumentar-se que alguns destes atletas, tendo embora nascido no estrangeiro são filhos de portugueses e / ou fizeram a sua formação em Portugal. Ainda assim, o número é, na minha opinião, demasiado elevado. E preocupante.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Os ricos cada vez mais ricos

O Sporting-Académica encerrou a jornada 7 da I Liga. Olho para a classificação, já atualizada, dou-em conta de uma realidade: os seis primeiros ganharam; os dez últimos só empataram ou perderam.

Ou seja: os primeiros são cada vez mais primeiros, os últimos cada vez mais últimos.

domingo, 21 de outubro de 2012

Pampilhosa (CORRIGIDO)

Falta disputar um jogo (Operário ou Caldas - Coimbrões) para se concluir a terceira eliminatória da Taça de Portugal, mas até agora nem amostra de tomba-gigantes.

Da I Liga, Sporting e Estoril Praia ficaram pelo caminho, mas eliminados por clubes do mesmo escalão, e das equipas da Liga de Honra apenas o Sp. Covilhã e o Un Madeira foram eliminados por equipas de divisão inferior, respetivamente o Pampilhosa e o Pedras Rubras.

Amanhã, claro, vai falar-se mais da derrota do Sporting, mas foi ela verdadeiramente surpreendente?

Surpresa mesmo foi a utilização de Rolando pelo F.C. Porto. Jogando a meio-campo, o internacional português jogou pela primeira vez esta época em partidas oficiais, no momento em que continua em cima da mesa a sua saída na abertura do mercado de inverno.

Começou a redenção para o defesa de origem cabo-verdeana?

sábado, 20 de outubro de 2012

Ele bem avisou...

Antes do jogo que a sua equipa foi disputar a Braga, para a Taça de Portugal, o treinador do Leixões, Horácio Gonçalves, prometeu:

"- Vamos jogar com tudo!"

Como se veria, tinha razão. Até levaram o autocarro para colocar à frente da baliza...

Quantos são, quantos são?

Em conferência de Imprensa de antevisão da partida com o Santa Eulália, para a Taça de Portugal, o guarda redes do F.C. Porto Fabiano Freitas, que ainda não se estreou em partidas oficiais,  disse que a sua equipa vai entrar em campo "sem pensar no jogo da Champions".

Cá estarei para ver quantos dos titulares portistas contra o Santa Eulália estarão no onze inicial no próximo jogo da Liga dos Campeões.

De combóio

José Mota, treinador do Vit. Setúbal, disse aos jornais que "um dia estarei na final da Taça".

Conselho de quem lá foi no ano passado: - Não leves carro! É melhor ir de combóio até à Cruz Quebrada e depois andar um bocadinho a pé.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Importa-se de repetir?

A Seleção fez um jogo errático e nunca esteve perto de vencer. Também, com uma equipa onde os laterais são o João Pereira e o Miguel Lopes e tem o Miguel Veloso e o Ruben Micael no meio campo...

Faltaram ideias, descernimento, poder de finalização. Os jogadores tentaram, mas de uma forma atabalhoada.

A confusão prolongou-se para lá dos 90 minutos. Interrogado após o jogo, João Moutinho disse ao microfone da RTP-1:

"- Demos tudo mas podíamos ter dado mais."


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Pasteleiro

No rescaldo do jogo de ontem para a Taça da Liga (Académica, 2 – Sp. Covilhã, 0, com os estudantes a ganharem a eliminatória no desempate por grandes penalidades), Pedro Emanuel, treinador da Briosa disse que “chegar à final era a cereja no topo do bolo”.

Parece-me prematuro falar da fruta quando ainda não há bolo. Nem pode haver, nesta altura do campeonato. E digo “campeonato” no sentido literal, e não figurado, porque é aí que a Académica joga a sua época. Pode até ir à final da Taça da Liga; pode reconquistar a Taça de Portugal; pode botar figura na Liga Europa, mas se não se safar na I Liga, não há bolo, não há cereja.

Mas pode ser que haja um pouco de tudo isso ou pelo menos um pouco de algumas dessas coisas. O pasteleiro, acredito, tem qualidade.

O coração e os pés

Dizer que o Futebol é um jogo de paixão é um lugar comum. A forma como os principais protagonistas falam diz isso mesmo, mostrando claramente que, mais vezes do que seria desejável, quem fala é o coração e não a cabeça.

Xavi, jogador do Barcelona e da Seleção espanhola, afirmou numa entrevista a uma estação de rádio catalã que “Mourinho não fará parte da história”. Só pode ser o coração a falar. 

O que Mourinho já fez – e o que, muito provavelmente, ainda fará – já lhe dá um lugar na história. Não deveria ser preciso ser fã do Special One para admitir isso, basta olha para a própria história despindo a camisola e o emblema que guardamos do lado esquerdo do peito.

Estas declarações de Xavi fizeram-me lembrar Fábio Coentrão que, há dois ou três anos e com o Benfica com menos 18 ponto do que o F.C. Porto teimava em dizer que “somos melhores do que eles”.

Tal como agora, era o coração a falar. Ou então eram os pés.

Rendo-me

Até ontem, dizia que a Académica teria provavelmente, com o Moreirense, o pior guarda redes da I Liga.

Ricardo foi utilizado na parte final da época passada e foi titular no Jamor, onde a Briosa bateu surpreendentemente o Sporting para ganhar a Taça de Portugal. Não comprometeu, mas também é verdade que a sua atuação nunca foi de molde a descansar os adeptos, com saídas extemporâneas de entre os postes ou, ao contrário, sem sair como e quando devia. Já este ano, e mesmo não tendo eu acompanhado a par e passo a carreira da equipa de Coimbra, Ricardo fica irremediavelmente ligado à derrota na República Checa (culpas graves no primeiro golo, onde não houve falta do avançado contrariamente ao que muita gente afirmou) e ao golo que deu o empate aos israelitas do Hapoel no jogo de Coimbra. Nesses jogos, Ricardo, disse eu, foi igual e ele próprio, errático e sem capacidade para garantir pontos, que é que se exige a um guarda redes.

Até ontem. Ontem, a Académica recebeu o Sp. Covilhã em jogo a contar para a Taça da Liga. Os Leões da Serra traziam uma vantagem de 2-0 do primeiro jogo e poucos acreditariam que a Académica desse a volta. 

Mas deu!

Edinho, com dois golos, levou o jogo para as grandes penalidades e depois… Depois a Académica ganhou. Ricardo, herói por um jogo, defendeu cinco penáltis e garantiu a vitória por 3-2.

Continuo pouco convencido de que Ricardo seja de facto bom. Mas rendo-me e não falo mais nisso.


PS - O Sp. Covilhã já tinha falhado uma grande penalidade na primeira mão, defendida por Peiser. Equipa que falha seis penáltis não merece passar à fase seguinte.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A lagosta e o bacalhau

Está confirmado o regresso de Manuel Machado ao futebol português. Vamos voltar a ouvir um papagaio com um discurso muito floreado e pedante, mas vazio, de um treinador que comprou polémicas várias, sobretudo com colegas de profissão.

Todos se lembram, por exemplo, do que aconteceu com Jorge Jesus, ainda antes de ele treinar o Benfica. Até que o técnico encarnado desceu de nível para o por na linha. Com Carlos Cardoso, então treinador do Vit. Setúbal, Manuel Machado sugeriu que “aproveitasse as Novas Oportunidades para tirar a quarta classe”. Na Académica, referindo-se ao plantel que tinha tido à sua disposição, disse que não podia “cozinhar lagosta, quando só tinha bacalhau”. E houve mais.

Talvez pelo facto de ter sido professor, Manuel Machado deve ter algum complexo de superioridade que é bem patente no discurso que adota. Mas deveria saber que é um discurso de lagosta quando ele próprio não passa de um bacalhau.

Polémica da t-shirt

O defesa do F.C. Porto Miguel Lopes apareceu no estágio da Seleção Nacinal com uma t-shirt que foi imediatamente fotografada e publicada pela (alguma) Imprensa e que circula desde então na internet.

O “F_ _ k  you  f_ _ king  f_ _ k” que se podia ler na t-shirt deu azo a muitos comentários e é revelador de alguma insensatez de uma figura pública, sobretudo no exercício de funções de presentação do seu País. Não sei a que se dirigia a mensagem – Vítor Pereira não convocou o lateral-direito para o jogo com o Sporting. Seria para ele? – mas pronto, certamente alertado por alguém mais ajuizado, o jogador não tardou em vir pedir desculpas públicas através das redes sociais. 

As desculpas foram pretexto para que a Imprensa (mais uma vez apenas alguma) voltasse a publicar a fotografia. O Diário de Notícias foi ao ponto de a publicar com uma legenda em explica o sucedido dizendo que a frase tem “uma tradução… impublicável”.

Ou seja: é impublicável em Português e publicável em Inglês? Fez-me lembrar o Herman José quando em horário nobre da RTP chamou “mother f_ _ ker” a alguém.

Baixinhos!