segunda-feira, 31 de março de 2014

Difícil de entender

Esta noite, na Sé Patriarcal de Lisboa, é celebrada uma missa em homenagem a todas as personalidades do Futebol português já desaparecidas. O anúncio vem sendo feito na Imprensa e a iniciativa cabe à Federação Portuguesa de Futebol (FPF) “por ocasião do seu centenário”.

Estranho que num país oficialmente laico, como é o caso de Portugal, a Federação escolha uma manifestação religiosa para celebrar o seu centenário. É certo que muitos portugueses são religiosos mas escapa-me esta associação do Futebol à religião em geral e à Católica em particular – a missa será celebrada por D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa. Considero que a iniciativa é uma falta de respeito pelas personalidades ligadas ao Futebol Português que professam outras religiões, que são agnósticos ou simplesmente ateus. É certo que a maioria dos portugueses é católica, mas não é razão – da mesma forma que não é por o Benfica ter mais adeptos que a Federação iria beneficiá-lo em detrimento de todos os outros clubes.

A minha estranheza aumenta ao consultar a página de internet da FPF. Ontem, não havia rigorosamente nenhuma informação sobre outras atividades para sublinhar a efeméride da fundação. O anúncio oficial do programa completo foi feito hoje, pelo presidente, Fernando Gomes. Ou seja, o anúncio da primeira atividade “oficial” antecedeu o anúncio “oficial” da primeira atividade. Difícil de entender? Não tanto quanto o Futebol português…

Banalidades

É sabido, o título é aquilo que, em primeira análise, pode levar um leitor a ler uma notícia ou artigo de jornal. Ou é suficientemente forte para provocar a leitura ou o leitor passa à frente e nem sequer lê o primeiro parágrafo. É elementar, apesar de ser também estudado nas universidades e haver livros específicos sobre a matéria.

O Record de ontem dedicou as páginas centrais, espaço nobre de qualquer jornal, a uma entrevista com Miguel Lopes, o defesa-direito que o Sporting emprestou ao Lyon e que, há dias, fraturou uma perna. O jornal, que divide a entrevista em várias partes, escolheu para título da peça principal uma declaração do jogador: “Vou fazer tudo para recuperar”. 

O Futebol habituou-nos, sobretudo nos últimos dez-quinze anos, a frases desprovidas de qualquer conteúdo: “são onze contra onze”, “a bola é redonda”, “perdemos o jogo mas ganhamos uma equipa”, “já não há adversários fáceis”, “temos de levantar a cabeça”, “o grupo de trabalho é forte” são apenas uma pequeníssima amostra das banalidades que os jornalistas transcrevem diariamente e que emergiram desde que os clubes decidiram regulamentar internamente o contacto dos seus profissionais com os profissionais da Comunicação Social.

Se o jornalista não pode “inventar” declarações dos seus entrevistados e tem de limitar-se a transcrever o que lhe dizem, não é menos verdade que, no decurso de uma entrevista deverá haver alguma declaração com mais “sumo” de que uma simples banalidade. Se não houver, é porque a entrevista – ou conferência de imprensa, se for o caso – é desprovida de interesse.

Pergunto: que jornal publicaria uma entrevista cujo conteúdo pudesse resumir-se a um “vou fazer tudo para recuperar” proferido por um jogador lesionado? Estranho seria e, então, merecedor de manchete, se o mesmo jogador dissesse “pouco me importo, quero lá saber se recupero, vou mas é deixar correr a vida”. Um pouco como o caso do cão que morde o homem ser uma não-notícia. Já se for o homem a morder o cão…

Enfim, acredito que o Jornalismo em Portugal – e, se calhar, no resto do Mundo também – está a passar por uma profunda crise e a necessitar de grandes profissionais que saibam escrever mas que saibam, sobretudo, contar-nos histórias, daquelas que ouvíamos quando eramos pequenos e que nos provocavam emoções. Quando assim voltar a ser, a imprensa em geral e a desportiva em particular terá muito mais qualidade. Quanto aos títulos, seria aconselhável a leitura, por exemplo, de “Foi Você que Pediu um Bom Título?”, livro de Dinis Manuel Alves publicado em 2003 pela Quarteto. Uma conferência com o mesmo nome, dada pelo autor no Instituto Superior Miguel Torga em 2006, está disponível no Youtube.

sábado, 29 de março de 2014

Parecidos, mas pouco

No dia anterior à visita que a Académica fez ao estádio da Luz, o Expresso publicou uma entrevista com o treinador dos estudantes, Sérgio Conceição. Na entrevista, logo de entrada, é feito um paralelo com Jorge Jesus. Recordando que o atual técnico do Benfica foi o primeiro treinador de Sérgio Conceição, quando este chegou a profissional, a jornalista classifica-os de “intensos e explosivos” e diz que ambos se falam quase todas as semanas e que Jesus é um dos raros amigos que Sérgio Conceição mantém no Futebol depois de ter jogado em Itália, Bélgica, Grécia e Kuwait, além de Portugal, claro.

O paralelo entre os dois talvez tenha razão de ser. Ambos vivem apaixonadamente a sua profissão o que faz com que sejam “intensos e explosivos”. Uma coisa, no entanto, parece separá-los: a humildade.

No final do jogo contra o Benfica, Sérgio Conceição, certamente frustrado com a exibição da Académica, que durante 90 minutos foi inofensiva e indefesa, desabafou que “a jogar desta maneira até com o Casa Pia perdíamos”. Quando li as declarações, achei-as deselegantes. A Académica – como certamente muito bem sabe Sérgio Conceição – tem uma longa e estreita ligação com os casapianos, que vem dos tempos de Cândido de Oliveira, um nome histórico para ambos os emblemas. E tal forma que os clubes disputaram, durante anos a fio, a Taça Cândido de Oliveira, em jogo amigável, sempre disputado no estádio de Pina Manique. Para ilustrar o seu desalento, o treinador da Briosa teria feito melhor em escolher um Alguidares-de-Baixo-qualquer ou um Salpicos-da-Beira.

No dia seguinte, Sérgio Conceição pediu desculpas publicamente. A notícia quase passou despercebida, tão pouca importância a Imprensa lhe deu. Mas o facto é que Conceição, honra lhe seja feita, teve a humildade de se penitenciar pelas palavras infelizes que proferiu. Jesus, por seu lado, não deve saber o que significa a palavra “humildade”. Quanto a pedir desculpas, o desconhecimento deve ser ainda maior.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Certezas e incertezas

Daqui a pouco, o F.C. Porto recebe o Benfica, na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal. A importância do jogo relega para segundo plano o Rio Ave – Sp. Braga que nos últimos tempos têm andado “picados” devido a questões relacionadas com as arbitragens nos jogos que ambos disputaram para o Campeonato e para a Taça da Liga.

Um encontro entre F.C. Porto e Benfica, no Dragão como na Luz, é sempre de resultado incerto. Claro, o Benfica está, este ano, muito mais forte do que o rival. A equipa joga bem, dá espectáculo e tem elevada “nota artística”, como diz Jorge Jesus. Mas isso não quer dizer que seja favorito, porque isso é coisa que não existe numa eliminatória entre estes dois clubes.

A incerteza do resultado é mais um aliciante do próprio jogo. No Futebol não haverá nunca vencedores antecipados e essa é uma das razões pelas quais a modalidade tem tantos seguidores. Num F.C. Porto – Benfica, será melhor esperar pelo fim do jogo da segunda mão para os adeptos de qualquer dos clubes “deitar foguetes”.

Mas o jogo desta noite tem, também, algumas certezas. É daquelas coisas que, de tão repetida, se pode esperar para hoje e para muito tempo em jogos do F.C. Porto: os insultos dos adeptos portistas às mães dos benfiquistas. E não só a estas, porque eu próprio, que não sou mãe e benfiquista ainda menos, me sinto insultado com os cânticos que ecoam nas bancadas a cada jogo dos azuis e brancos.

Não conheço caso igual em que os adeptos de um clube incentivam os seus jogadores insultando os seus maiores rivais – mesmo quando defrontam outros adversários. É coisa que não entendo e que por isso tenho dificuldade em aceitar. Se eu mandasse – coisa que está longe de acontecer – condenava o clube desses adeptos a jogar à porta fechada e, em caso de reincidência, à perda de pontos. 

Mas, se eu tenho a certeza do que faria, estou menos certo que a Liga de Clubes e a Federação tenham força, já para não falar da vontade, de tornar o Futebol um pouco mais civilizado.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Entre os melhores

Quem lê habitualmente este blogue, sabe que nos dedicamos mais àquilo que envolve o Futebol do que ao que se passa dentro das quatro linhas. Os golos marcados em fora-de-jogo, os penaltis não assinalados (ou mal assinalados), os falhanços dos avançados, os frangos dos guarda-redes não são geralmente aqui comentados – há mais quem o faça.

Embora sem me ter dado ao trabalho de uma pesquisa, estou em crer que só por duas vezes aqui nos referimos ao desempenho individual de um futebolista: Ricardo, guarda-redes da Académica, que Paulo Bento teima em não chamar à Seleção, embora seja mais ou menos consensual que se trata do segundo melhor guardião a aturar em Portugal, logo depois de Rui Patrício.

Voltamos hoje a quebrar a “tradição” de não falar de performances individuais para nos referirmos a um homónimo do guarda-redes da Académica: Ricardo Quaresma, outro que se perfila para reclamar um lugar nos eleitos que Paulo Bento levará ao Brasil.

Fui daqueles que tiveram dúvidas sobre o impacte da vinda de Ricardo Quaresma como reforço – único, além de Abdoulaye – do F.C. Porto. Desde que regressou, porém, o Mustang tem provado que está à altura das expetativas mais otimistas e tornou-se numa peça fundamental na equipa nos dragões.

O F.C. Porto qualificou-se ontem, para os quartos-de-final da Liga Europa, com um empate a dois golos obtido em Nápoles. Ghilas marcou o primeiro e sentenciou a eliminatória. O golo de Quaresma, desnecessário para o apuramento, é indispensável para os amantes do Futebol-espetáculo. Tenho a certeza de que, quando se fizer um DVD com os melhores golos da época europeia, o de Ricardo Quaresma estará entre os primeiros.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Paga o que deves!

Não sou sócio do Vit. Setúbal – não o sou de nenhum clube – mas admito que tenho alguma simpatia pelos sadinos. Porquê? Porque admiro alguns antigos jogadores. Jacinto João, Jaime Graça, Rebelo, Vaz, Silvino, Nandinho, Hélio e outros. São muitos e, antes de todos, um: Fernando Tomé verdadeira memória viva do clube e um exemplo em quem os novos jogadores deveriam inspirar-se.

Na linha de Tomé, há uma outra velha glória que me habituei a respeitar pela sua lealdade e dedicação ao Vit. Setúbal: Carlos Cardoso, um dos melhores jogadores da história do clube, que representou durante 13 temporadas. Depois de deixar de jogar, enveredou pela carreira de treinador, somando naturais sucessos e insucessos por onde passou. 

Não ouvia falar de Carlos Cardoso desde 2008/09, época em que, mais uma vez, o treinador não resistiu ao apelo do seu clube do coração: com o Vitória quase condenado à descida, pegou na equipa e salvou-a novamente. Um empate na última jornada, no terreno da Naval, consumou o “milagre da salvação”. 

Na imprensa de hoje, há notícias sobre Cardoso. Fernando Oliveira, que disputa a presidência do Vit. Setúbal com Júlio Adrião, acusa o antigo jogador e treinador de ter impedido o clube de inscrever jogadores devido a dívidas antigas. “Já lhe pagámos 85 mil euros, mas continua a pôr-nos em tribunal e a colocar o processo na Liga, porque ainda lhe devemos 40 mil” – diz Oliveira. 

Carlos Cardoso integra o Conselho Vitoriano na lista de Adrião e Fernando Oliveira diz que quem põe o Vitória em tribunal deveria ser impedido de ser dirigente do clube. Calculo – mas é só uma suposição – que se Cardoso é candidato a qualquer coisa é porque tem as cotas em dia. Ou seja: ele cumpre com o clube, o clube é que não cumpre com ele.

Li a história no jornal de hoje e não pude impedir-me de pensar em Nilton. Por bem menos, o humorista poderia virar-se para Fernando Oliveira e disparar: “ – Paga o que deves!”

quarta-feira, 19 de março de 2014

Síndrome Paulo Fonseca

Houve um tempo em que os jornais tinham, além de jornalistas, revisores. Cabia-lhes, antes de serem publicados, ler os artigos redigidos por aqueles, de forma a evitar gralhas. Hoje já não há revisores nos jornais – o único que se conhece ainda é o Word, mas só deteta erros ortográficos ou de sintaxe – sugerindo formas alternativas. Mas que fazem falta, lá isso fazem. É que os revisores não reviam apenas questões de linguagem, impediam também outro tipo de erros que os jornalistas por vezes cometiam. 

Vem isto a propósito de um texto assinado por Cláudia Soares, no Record de sábado passado. A propósito do apadrinhamento, por Nuno Gomes, de um torneio para jovens açorianos, a jornalista escreve que o ex-avançado benfiquista “recorda com saudade as viagens que fazia à Pérola do Atlântico para defrontar o Santa Clara”. E eu, que na minha memória já confio pouco, dei-me ao trabalho de verificar: então a Pérola do Atlântico não é a ilha da Madeira? O Google nem me deixou terminar a pergunta: – É, respondeu-me, de imediato.

Apeteceu-me enviar o texto da Cláudia Soares ao antigo treinador do F.C. Porto, Paulo Fonseca, que tão glosado foi por dizer que a sua equipa iria a Leverkusen para ganhar quando na realidade o F.C. Porto iria à Alemanha, sim, mas a Frankfurt. O técnico portista não foi poupado, primeiro pelos jornalistas e, depois, pelos adeptos. Aliás, no mesmo jornal em que Cláudia Soares dá, na página 27, evidência da sua ignorância em matéria de Geografia, pode ler-se, na página 38, sobre o “síndrome Paulo Fonseca”. De que, pelos vistos, a jornalista do Record também foi afetada.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Gastronomia

O jornal Destak de hoje tem como título de capa “Crise acaba com refeições fora”, apresentando como subtítulo que “nove em cada dez portugueses cortaram nos gastos em restaurantes”. Na página seis, o mesmo jornal titula: “Leão abocanha rival europeu”.

Compreende-se: o Sporting jogava em casa.

sexta-feira, 14 de março de 2014

O dedo do meio

Ontem, coisa rara, as equipas portuguesas saíram cem por cento vitoriosas dos seus confrontos europeus. F. C. Porto e Benfica são os únicos representantes do Futebol indígena ainda em competição – na Liga Europa, depois de eliminados da Liga dos Campeões – e ambos ganharam: em casa, os dragões fizeram o mínimo (1-0, ao Nápoles) enquanto os encarnados conquistaram uma preciosa vitória (3-1) em Inglaterra, no terreno do Tottenham.

Os resultados permitem encarar com optimismo os confrontos da segunda mão, previstos para a próxima quinta-feira. O F.C. Porto rumará a Itália levando na bagagem "cautelas e caldos de galinha"; o Benfica, pode levantar o pé, na sua receção aos ingleses – só uma catástrofe faria com que o Tottenham ganhasse na Luz por três golos.

Em Londres, o Benfica realizou, diz a imprensa de hoje, um grande jogo que levou ao rubro os milhares de adeptos portugueses que assistiram à partida. A verdade é que, este ano, o Benfica joga bem, domina os adversários e dá espetáculo. Só que, resultados como o de ontem, tem um “mas” – chama-se Jorge Jesus.

O treinador do Benfica tem um infelizmente longo cadastro de atitudes pouco dignas para a grandeza do clube que representa. Nos últimos meses, tem andado mais calmo, fruto, talvez, do banho de humildade que foi obrigado a tomar no ano passado quando perdeu todas as competições já depois de os adeptos terem reservado o Marquês de Pombal para festejar as suas conquistas. Mas ontem Jorge Jesus voltou a mostrar a sua má educação e falta de desportivismo ao mostrar três dedos, tantos quantos os golos benfiquistas, ao treinador adversário.

O homem não tem, aparentemente, emenda. E arrisca-se a que, um destes dias, lhe levantem um dedo um apenas e não é o polegar. É o do meio.


segunda-feira, 10 de março de 2014

Limpinho, limpinho

Se dúvidas houvesse – e já havia poucas – o empate do Sporting ontem, em Setúbal, dissipou-as: o Benfica será o vencedor da Liga Portuguesa de Futebol. E, acrescento desde já, será um título amplamente merecido.

O Vit. Setúbal – Sporting terminou envolto em polémica. Os “leões” ficaram revoltados com a arbitragem de Vasco Santos, que acusam de ter invalidado um golo a Adrien Silva por fora-de-jogo que não existiu e de ter marcado uma grande penalidade inexistente, com que os vitorianos empataram, ao minuto 89’. 

Compreendo a frustração dos sportinguistas, cuja equipa tem feito um campeonato muito para além do que se esperava. Às quartas-feiras, o Record publica uma secção com o nome “Árbitros ao Raio X”, que integra uma tabela onde estão contabilizados os “pontos de verdade”, que seriam aqueles que contados se não tivesse havido erros de arbitragem, e os “pontos reais”, ou seja, os que cada clube efetivamente tem. Na classificação da semana passada, Sporting e Belenenses eram as equipas consideradas mais prejudicadas pela arbitragem: tinham, cada uma, menos cinco pontos do que deveriam ter. O Nacional era a mais beneficiada, com cinco pontos a mais ditados por arbitragens infelizes. 

O Sporting terá, portanto, razões de queixa da arbitragem, que lhe “subtilizou” cinco pontos (na classificação desta semana, já serão sete). Mas, a este propósito, gosto de recordar uma afirmação de Toni, à altura treinador do Benfica campeão, que, confrontado com a eventualidade de o seu clube estar a ser beneficiado pelas arbitragens terá dito que “no final fica ela por ela, há jogos em que somos beneficiados, outros em que somos prejudicados e é assim com todos as equipas pelo que no final as coisas acabam por equilibrar-se”.

Dito isto, não restam dúvidas de que o Benfica – que na referida classificação virtual apresenta “saldo zero” entre pontos “reais” e “de verdade” – tem praticado um melhor futebol e sido muitíssimo mais consistente do que os seus adversários diretos. Em consequência, se os encarnados confirmarem, nas próximas jornadas, a conquista do Campeonato, será mais do que justo. E limpinho.

De qualquer maneira, não ligo muito à arbitragem. Custa-me é verdade, quando os árbitros erram, porque os seus erros implicam prejuízos de terceiros enquanto um penalti falhado ou um frango sofrido só prejudicam os próprios. Mas não há alternativa a isso sem o recurso à tecnologia, contra o qual muitos se manifestam.
Pela minha parte, situações como se vivem no Ténis, com o “olho-de-falcão”, ou no Hóquei no Gelo, em que uma equipa pode, uma só vez em cada jogo, apelar da decisão do árbitro, são bem-vindas ao Futebol. Seria, aqui também, uma questão de justiça. E as coisas seriam ainda mais "limpinhas".