O Benfica vai emprestar Nélson Oliveira (e também o defesa
central Roderick Miranda) ao Deportivo da Corunha. Na minha opinião é o futebol
português quem fica a perder, numa altura em que escasseiam os jovens talentos
nacionais para a função específica de ponta de lança.
Nélson Oliveira participou no último Campeonato da Europa,
tendo sido sempre uma segunda escolha, depois de Hélder Postiga, a quem o seleccionador
Paulo Bento deu a titularidade. Quando Postiga se lesionou foi substituído por Hugo Almeida, mas Nélson Oliveira foi utilizado em quatro dos cinco jogos da
fase final. E apesar de não ter marcado qualquer golo, sempre “mexeu” mais com
a equipa do que o possante avançado que joga no Besiktas, que é mais um jogador
de área, muito estático.
Estava convencido que Nélson Oliveira chegaria do defeso com
estatuto para disputar a titularidade no seu clube ou, pelo menos, assumir-se
como uma alternativa válida ao mal-amado Oscar Cardozo. Afinal, nem o facto de
ser português – e sabe-se o quanto isso é importante para garantir as cotas nas
provas da UEFA – chega para se manter no plantel. Depois de um ano no Benfica e
empréstimos a Rio Ave e Paços de Ferreira nas temporadas anteriores, é evidente
que novo empréstimo constitui um retrocesso na sua carreira desportiva.
É verdade que o treinador Jorge Jesus conta com muitos jogadores
para a frente do ataque, mas ainda assim fico dececionado por ver um jovem
jogador português ser emprestado, ainda por cima a um clube estrangeiro,
ficando portanto mais longe dos olhos de quem segue apenas o futebol nacional.