O Estoril Praia foi empatar à Luz e devolveu o Benfica à
situação de não estar sozinho como equipa que depende apenas de si própria para
se sagrar Campeão Nacional. Agora, também o F.C. Porto volta a depender exclusivamente
de si para vencer o título. E, de repente, o clássico do próximo sábado, entre Dragões
e Águias ganha (ainda) mais interesse porque pode, de facto, decidir tudo.
Estou em crer que assim será, mesmo que a Matemática possa querer adiar todas
as decisões para a última ronda.
Mais claramente: se o Benfica vencer, até a Matemática
assegura o título aos encarnados, mas se o derby terminar empatado, o Benfica será
Campeão na jornada seguinte; não será o Moreirense, terrivelmente ameaçado pela
descida de divisão, a impedir a consagração dos encarnados na derradeira ronda.
Se, por outro lado, for o F.C. Porto a vencer, ficará com um ponto de vantagem
sobre o seu arqui-rival e então, nem o mais forte Paços de Ferreira, mesmo que
extra-motivado pela possibilidade de ir à Liga Europa, evitará que os azuis e
brancos sejam campeões. Equipas como o Benfica e o F.C. Porto não se darão ao
luxo de escorregar contra formações mais fracas, numa última jornada, ainda por
cima decisiva.
Posto isto, os adeptos terão os olhos no Estádio do Dragão e
esperam um bom jogo, se não bem disputado, pelo menos intenso e sem casos de
arbitragem.
Mas o que motiva este post não é tanto o jogo de sábado, mas
o que o desta noite trouxe de novo na preparação para o jogo decisivo. Assim
que o jogo acabou e se confirmou o regresso do F.C. Porto como equipa que –
também – depende apenas de si própria para ser campeã, lembrei-me do que
dissera o treinador portista: “– É impossível sermos campeões.”
Mesmo que a frase tenha sido dita com ironia – que, diga-se
de passagem, me passou completamente despercebida – pergunto-me como é que
Vítor Pereira vai trabalhar psicologicamente os seus jogadores para defrontarem
o Benfica. Como motivá-los para vencer? Como fazer-lhes crer que podem ser
campeões se ele próprio não acredita?
Vítor Pereira deve ser um treinador competente. Tem
um registo de vitórias absolutamente impressionante, melhor do que qualquer
outro, incluindo José Mourinho ou André Vilas-Boas. Quando vistas as coisas
apenas do ponto de vista do campeonato, em 58 jogos disputados, perdeu apenas
um. Repito, é impressionante! Se Vítor Pereira fosse tão competente a
comunicar, certamente não poria as mãos pelos pés como fez agora. Nesse
particular, aliás, os treinadores do F.C. Porto e do Benfica, estão bem um para
o outro…