quarta-feira, 2 de abril de 2014

Tolerância zero

Na sequência do sururu provocado no domingo passado por Ricardo Quaresma, a Liga fez uma repreensão ao avançado do F.C. Porto. Quaresma foi igualmente multado em 77 euros (setenta e sete, por extenso, para que não haja dúvidas) devido a um cartão amarelo que lhe foi mostrado por simulação.

Só há uma palavra para qualificar o Regulamento Disciplinar da Liga de Clubes: Ridículo. Que outra coisa dizer de um regulamento que prevê uma repreensão a um jogador que desata a correr em direção a um adversário, certamente com vontade de lhe “fazer a folha”, que empurra colegas e adversários que o impedem de concretizar as suas intenções e que injuria quem lhe aparece pela frente? Que mais poderíamos dizer de um regulamento – o mesmo regulamento – que prevê um jogo de suspensão para um jogador que vê dois cartões amarelos por retardar o jogo?

Recordo o que aqui escrevi na véspera da segunda jornada da Liga, em setembro, dando um caso concreto: “Dramen foi expulso por acumulação de cartões amarelos. Por duas vezes tentou impedir a marcação de faltas pelo adversário; Pawel Kieszek foi expulso com vermelho direto por ter agredido à cabeçada um jogador adversário. Ambas as situações foram bem avaliadas pelos árbitros, que fizeram o que tinham de fazer e os regulamentos determinam. Agora, pergunto: como podem os jogadores ter castigo idêntico? Dois amarelos que não resultam de qualquer falta grave “valem” o mesmo que uma agressão à cabeçada? Afinal, a violência compensa?”

Os regulamentos disciplinares têm, forçosamente, de distinguir as faltas leves das faltas violetas. E não tolerar, de forma alguma, estas últimas.

Voltando a Ricardo Quaresma: a sua conduta foi violenta e configura, na minha opinião, comportamento condenável por injúrias e tentativa de agressão física. Para isso, o meu grau de tolerância é zero.

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