quinta-feira, 3 de abril de 2014

Mão pesada

A FIFA, entidade que regula o Futebol mundial, proibiu o Barcelona de inscrever jogadores devido a ilegalidades cometidas na contratação de jogadores estrangeiros menores de idade. O clube catalão foi ainda multado em 370 mil euros e a federação espanhola em 410 mil euros. 

Para um clube de topo, a decisão, assume particular importância, uma vez que a renovação do plantel, que acontece praticamente todos os anos, será impossível de realizar antes de junho de 2015. É claro que o Barcelona vai recorrer para o Tribunal Arbitral de Desporto, que até pode vir a dar-lhe razão, mas a mensagem é clara e contrasta de maneira flagrante com aquilo que se passa no nosso país: com a FIFA não se brinca. 

Em Portugal vive-se um regime de quase impunidade desportiva, onde quase tudo é permitido ou passível de penas que, de tão pequenas, nem a simbólicas chegam – são apenas ridículas. Veja-se, a propósito, a multa de 383 euros aplicada ao F.C. Porto no caso do atraso no jogo com o Marítimo, para a Taça da Liga. Outro exemplo, também no campo desportivo, mas no Voleibol, é o do Atlântico da Madalena, que faltou a um jogo nos Açores porque as despesas de deslocação da equipa seriam na ordem dos 5.000 euros enquanto a multa por falta de comparência não ultrapassaria os mil.

Não tendo eu, qualquer formação jurídica, entendo que as penas previstas em caso de infração não são suficientemente elevadas – tantos as monetárias quanto as outras, quaisquer que sejam – para terem um necessário efeito dissuasor. Se esse efeito dissuasor não existir, é sinal de que o crime compensa. E lá se vai a moralidade e a justiça.

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