sexta-feira, 4 de abril de 2014

A núvem por Juno

Um grupo de adeptos, identificados como simpatizantes do Sporting, criou recentemente o movimento “Basta” que iniciou um conjunto de manifestações de protesto relativamente à arbitragem e aos supostos erros de arbitragem que têm prejudicado a equipa de Alvalade. Do protesto à arruaça, foi um pequeno passo que os dinamizadores do grupo não hesitaram dar. Em poucos dias, aquilo que poderia ser visto como uma iniciativa para promover a moralização do Futebol português, transformou-se em mais do mesmo: desordem, desacatos e violência, que acabam por retirar ainda mais adeptos dos estádios.

Faço desde já a minha declaração de interesses – sou terminantemente contra a existência de grupos organizados no seio ou na esfera dos clubes. Incluindo, necessariamente, as claques, que, de todo, não fazem falta ao Futebol. O que faz falta são adeptos. O Futebol não faz sentido sem eles, mas sem claques continua a ter toda a sua razão de ser.

Desde sempre que as claques dos principais clubes europeus, incluindo, naturalmente, os portugueses foram associadas a movimentos de extrema-direita. Essas ligações existem, foram largamente comprovadas e deixam naturalmente preocupadas as pessoas que vêem o Futebol pelo Futebol, que apoiam os seus clubes sem outras motivações além de vê-los ganhar e, com isso, retirar alguma satisfação do espectáculo. 

Ignoro se o movimento “Basta” tem alguma ligação a esses grupos radicais que semeiam o pânico por onde passam. Ignoro, mas não confio. Como confiar num grupo cujos responsáveis aparecem em público de cara tapada – alguns, diga-se, para que não se tome a nuvem por Juno – e armam a confusão com o lançamento de petardos?

Os adeptos do Sporting têm razão em sentir-se prejudicados pelas arbitragens. Isso eu dou de barato, é mais ou menos consensual. Mas o clube perde toda e qualquer autoridade moral para protestar se, em seu nome, um grupo de energúmenos faz crescer o perigo de violência nos campos de Futebol e em volta deles. Acresce que, como aqui sempre defendi, entre “prejuízos” e “benefícios”, as coisas têm tendência para equilibrar-se no final do campeonato. Que o diga a Académica cujos responsáveis andaram durante semanas a dizer que eram a única equipa da Liga sem grandes penalidades a favor e, de repente, no domingo passado, teve duas no jogo com o Olhanense.

2 comentários:

  1. Só asneiras escritas aqui..

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  2. Respeito a sua opinião, caro Anónimo, e faço-o de forma educada. Quer falar sobre essas asneiras ou o seu comentário foi apenas um desabafo?

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