Havia apenas uns segundos de jogo. Na tentativa de desfazer
uma jogada que poderia tornar-se perigosa para a sua baliza, Sílvio e Luisão,
olhos na bola, pontapeiam-se mutuamente. Do lance, sai mais contundido o
português, receando-se desde logo que tenha sido vítima de lesão grave.
A equipa médica entra em campo e o veredicto não tarda – a substituição
tem de ser feita. Sílvio abandona o campo de maca, lavado em lágrimas. André
Almeida aquece e espera autorização para entrar. Luisão, entretanto, recuperara.
Aproxima-se de Sílvio, põe-lhe uma mão sobre o peito durante alguns segundos,
faz-lhe uma festa com a outra mão e diz-lhe algumas palavras.
- Coragem, pá, vamos ganhar por ti! – Pode ter sido o que
Luisão disse a Sílvio, mas só eles, provavelmente saberão. Independentemente
das palavras, foi o gesto que mais importou. Luisão foi capitão, muito menos
pela braçadeira que envergava no braço esquerdo do que pelas palavras de conforto
e carinho que disse ao colega.
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