quinta-feira, 10 de abril de 2014

O capitão e a braçadeira

Havia apenas uns segundos de jogo. Na tentativa de desfazer uma jogada que poderia tornar-se perigosa para a sua baliza, Sílvio e Luisão, olhos na bola, pontapeiam-se mutuamente. Do lance, sai mais contundido o português, receando-se desde logo que tenha sido vítima de lesão grave. 

A equipa médica entra em campo e o veredicto não tarda – a substituição tem de ser feita. Sílvio abandona o campo de maca, lavado em lágrimas. André Almeida aquece e espera autorização para entrar. Luisão, entretanto, recuperara. Aproxima-se de Sílvio, põe-lhe uma mão sobre o peito durante alguns segundos, faz-lhe uma festa com a outra mão e diz-lhe algumas palavras.

- Coragem, pá, vamos ganhar por ti! – Pode ter sido o que Luisão disse a Sílvio, mas só eles, provavelmente saberão. Independentemente das palavras, foi o gesto que mais importou. Luisão foi capitão, muito menos pela braçadeira que envergava no braço esquerdo do que pelas palavras de conforto e carinho que disse ao colega.


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