quarta-feira, 9 de abril de 2014

Bela crise!

A vitória sobre o Rio Ave foi mais um passo para o título de Campeão que só a Matemática ainda não reconhece ao Benfica. Mas, passo a passo, encarrega-se de confirmar outras coisas e uma delas não é de somenos importância: a quatro jornadas do final, o F.C. Porto ficou afastado do título. Desde 1975/76 que os dragões não ficavam tão cedo arredados da disputa pelo primeiro lugar. Data dessa época o início do trabalho de Pinto da Costa no Departamento de Futebol e foi nessa altura que o F.C. Porto começou a preparar o bi-campeonato de 1977/78 e 1978/79 e a hegemonia que, desde então, tem tido sobre o Futebol português e que levaram à conquista de 22 Campeonatos.

Que o F.C. Porto não seja Campeão é uma notícia quase tão invulgar como a vitória do Benfica. Mas se a vitória dos encarnados é justa (justíssima, até), não é menos verdade que o F.C. Porto começou cedo a dar facilidades aos seus opositores. Antes mesmo de a equipa começar a colecionar derrotas em campo, foi o seu presidente, como aqui escrevi em junho do ano passado, que foi incapaz de garantir condições para que a clube continuasse a ganhar. A saída de Vítor Pereira, treinador que conseguiu resultados extraordinários na I Liga (em dois anos perdeu apenas um jogo, numa partida que correu mal ao F.C. Porto e ainda pior à equipa de arbitragem) e, sobretudo, de João Moutinho, abalaram a equipa que nunca mais se recompôs.

Estará Pinto da Costa em final de linha? Do Dragão dizem que não, mas as dúvidas são cada vez mais persistentes. E não é só Pinto da Costa – é toda a estrutura profissional do clube que falha, como se viu na rábula da inscrição de Ricardo Quaresma, contratado, convocado para jogar e desconvocado porque a inscrição, afinal, não tinha sido processada atempadamente. O que me levou a dizer, aqui também, que se calhar o F.C. Porto já não é o que era, porque às falhas no campo, da exclusiva responsabilidade da equipa técnica e dos jogadores, somava-se aquela falha de “gestão administrativa”.

No próximo defeso seguirei com muita atenção a escolha da equipa técnica e a formação do plantel azul e branco. Talvez Pinto da Costa e seus pares sejam capazes de tirar da cartola o coelho de que o clube precisa, mas o último ano não augura nada de bom. E, paradoxalmente, a Taça de Portugal, a mal-amada Taça da Liga e a Liga Europa ainda podem vir enriquecer as vitrinas do F.C. Porto. A Supertaça, essa, já lá mora. 

Bela crise!

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