quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Uma mão cheia de mentiras

Os jornais noticiam hoje a contratação, pela Naval, de um novo treinador, Tiago Raposo. O técnico, que trabalhava no Pinhalnovense, leva consigo cinco jogadores e assumiu como missão evitar que o clube seja despromovido aos escalões regionais.

Não consigo compreender o que leva alguém a ir para o clube figueirense. Os jogadores que lá estavam foram saindo, um a um ou em grupo, alegando atrasos no pagamento dos salários. Os relatos dão conta da situação de alguns atletas cujos pais tiveram de os ir buscar para que pudessem ir passar o Natal a casa. Os jogadores estão sem dinheiro para se deslocarem de casa para os treinos e vice-versa e, muito mais dramático, fala-se de casos de fome. Tudo isto levou a que sejam apenas oito – escrevo-o por extenso, para que não haja dúvidas – os atletas ainda com contrato com a Naval.

A situação não é inédita. Nos últimos anos, casos como este têm sido recorrentes. A Figueira da Foz, queixam-se os navalistas, virou as costas ao clube. Errado: com comportamentos como este, foi o clube que virou as costas à cidade, dando-lhe uma má imagem.

Tiago Raposo saberá – saberá? – no que se meteu, tal como eu sei – sei! – uma coisa: enquanto os dirigentes da Naval forem caloteiros, não merecem outra coisa que não seja serem responsabilizados pelos seus atos. Que o clube desça de divisão é um mal menor. Pior é que continue impune um tipo de dirigente desportivo que exige vitórias aos jogadores – e treinadores e restantes funcionários do clube – sem lhes dar nada mais do que uma mão cheia de mentiras.

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