Os jornais noticiam hoje a contratação, pela Naval, de um novo
treinador, Tiago Raposo. O técnico, que trabalhava no Pinhalnovense, leva
consigo cinco jogadores e assumiu como missão evitar que o clube seja
despromovido aos escalões regionais.
Não consigo compreender o que leva alguém a ir para o clube
figueirense. Os jogadores que lá estavam foram saindo, um a um ou em grupo,
alegando atrasos no pagamento dos salários. Os relatos dão conta da situação de
alguns atletas cujos pais tiveram de os ir buscar para que pudessem ir passar o
Natal a casa. Os jogadores estão sem dinheiro para se deslocarem de casa para
os treinos e vice-versa e, muito mais dramático, fala-se de casos de fome. Tudo
isto levou a que sejam apenas oito – escrevo-o por extenso, para que não haja
dúvidas – os atletas ainda com contrato com a Naval.
A situação não é inédita. Nos últimos anos, casos como este têm
sido recorrentes. A Figueira da Foz, queixam-se os navalistas, virou as costas
ao clube. Errado: com comportamentos como este, foi o clube que virou as costas
à cidade, dando-lhe uma má imagem.
Tiago Raposo saberá – saberá? – no que se meteu, tal como eu
sei – sei! – uma coisa: enquanto os dirigentes da Naval forem caloteiros, não
merecem outra coisa que não seja serem responsabilizados pelos seus atos. Que o
clube desça de divisão é um mal menor. Pior é que continue impune um tipo de dirigente
desportivo que exige vitórias aos jogadores – e treinadores e restantes
funcionários do clube – sem lhes dar nada mais do que uma mão cheia de mentiras.
Sem comentários:
Enviar um comentário