domingo, 26 de janeiro de 2014

Luxo dispensável

Inesperadamente, o F.C. Porto deixou sair o seu capitão. Lucho González, é consensual, já não é o jogador que apaixonou os adeptos do clube. Perdeu velocidade, talvez clarividência e objectividade e o seu Futebol tornou-se mastigado, previsível. Mas o argentino é dono de um palmarés invejável, talvez único: sem ter feito grande trabalho de pesquisa, não me lembro de nenhum outro jogador que tenha sido campeão de Portugal em todos os seis anos em que disputou a competição.

Ainda durante a sua primeira passagem pelo F.C. Porto, Lucho González ganhou o epíteto de El Comandante. A minha perceção é que a origem do nome tem a ver com a forma como jogava e fazia jogar, mas também pelas suas qualidades de liderança. Estou em crer que foi sobretudo isso, mais do que as suas caraterísticas técnicas que o guindaram à braçadeira de capitão de equipa.

Quando Lucho González deixou o F.C. Porto pela primeira vez e partiu para França, deixou saudades entre os adeptos. Tantas, que voltou passados poucos anos e foi aclamado como um herói. E, naturalmente, foi de novo campeão. 

Seria uma ironia cruel que o F.C. Porto não fosse campeão no ano em que Lucho González vai embora a meio da temporada. Ser considerado dispensável é um luxo incompreensível.

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