A situação protagonizada pelo Benfica e pelo seu jogador
Óscar Cardozo ultrapassa o meu entendimento. A ser verdade o que a imprensa tem
veiculado, a transferência do jogador para o Fenerbahce está a ser negociada
por 15 milões de euros mas, apesar dessa verba ser apenas um quarto do valor da
cláusula de rescisão (é verdade, o paraguaio tem uma cláusula de rescisão de 60
milhões!), entre avanços e recuos de parte e outra, o negócio ainda não se
concretizou.
Além da morosidade da negociação, causa estranheza o
facto de o jogador estar impedido de se treinar com os seus companheiros de
clube e de profissão. Tal como já aqui escrevi a propósito do sportinguista
Zakaria Kabyad, penso que o Benfica só perde por não manter o jogador em
atividade. Acima de tudo porque, não se “mostrando”, o atleta perde valor de
mercado. Ora o Benfica e o seu presidente, Luís Filipe Vieira, habituaram os
adeptos do clube a fazerem bons negócios, tal como aconteceu com as vendas de
Javi García, Fábio Coentrão e David Luiz, entre outros. Em face do que se impõe
a pergunta: será que o Benfica não quer vender o jogador?
Mas há outra coisa surpreendente em todo este processo. É
sabido que Óscar Cardozo, que nos últimos anos foi o goleador-mor do Benfica,
entrou em rota de colisão com Jorge Jesus – física e literalmente. Os acontecimentos
remontam a 26 de maio, após o jogo da final da Taça de Portugal. Ao jogador
paraguaio foi instaurado um processo disciplinar. Quase dois meses e meio depois,
desconhecem-se ainda os resultados desse processo. Num clube de topo, com um
tão elevado grau de profissionalismo como é – ou, pelo menos, deveria ser – o caso
do Benfica, isso é absolutamente incompreensível.
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