sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Responsabilidade dos dirigentes desportivos

As equipas da II Liga disputaram no fim-de-semana a primeira jornada de um longo campeonato. Ao todo, serão 42 jornadas, tal como no ano passado, de uma competição disputada por 22 equipas. Estamos em agosto e o campeonato terminará em maio, mas já se ouvem os primeiros gritos de alerta.

No final do jogo que a sua equipa disputou em Matosinhos, o líder da Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ) do Feirense, mostrou-se preocupado com as dificuldades financeiras e afirmou aos jornalistas que “precisamos de ajuda e não a temos de quase ninguém. Não há verba para comprar jogadores com maior calibre. É preciso que todos se unam e pensem o que querem para o Feirense, pois não aguentamos muito mais tempo”.

As declarações do responsável feirense são alarmantes. Aquele “não aguentamos muito mais tempo”, quando a procissão está ainda a sair da igreja, não augura nada de bom para o que aí vem. Se é assim agora, o que será dentro de três ou quatro meses?

No ano passado, neste mesmo campeonato da II Liga, a Naval foi condenada à perda de 12 pontos por dívidas a antigos jogadores e houve rescisões de contrato em várias equipas por salários em atraso. A formação da Figueira da Foz não conseguiu mesmo inscrever-se nas competições profissionais por não reunir os pressupostos financeiros exigidos pela Liga.

O que vai acontecer este ano? Aos dirigentes desportivos pede-se que sejam mais do que sejam simples adeptos, exige-se que tenham competências na área da gestão – desportiva e empresarial – para evitar que os clubes que dirigem caiam em loucuras que, infelizmente, ainda se vêem muito por aí. Haver dirigentes que, logo no início da época, já andam com o “credo na boca” é arrepiante e leva-me a pensar que os dirigentes devem ser responsabilizados pessoal e particularmente pelos compromissos que assumem enquanto porta-vozes dos clubes.

Como quem “o” tem, tem medo, quando isso acontecer, dar-se-á um passo decisivo para a transparência e para a credibilidade de todo o futebol.

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