As equipas da II Liga disputaram no fim-de-semana a
primeira jornada de um longo campeonato. Ao todo, serão 42 jornadas, tal como
no ano passado, de uma competição disputada por 22 equipas. Estamos em agosto e
o campeonato terminará em maio, mas já se ouvem os primeiros gritos de alerta.
No final do jogo que a sua equipa disputou em Matosinhos, o
líder da Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ) do Feirense,
mostrou-se preocupado com as dificuldades financeiras e afirmou aos jornalistas
que “precisamos de ajuda e não a temos de quase ninguém. Não há verba para
comprar jogadores com maior calibre. É preciso que todos se unam e pensem o que
querem para o Feirense, pois não aguentamos muito mais tempo”.
As declarações do responsável feirense são alarmantes. Aquele
“não aguentamos muito mais tempo”, quando a procissão está ainda a sair da
igreja, não augura nada de bom para o que aí vem. Se é assim agora, o que será
dentro de três ou quatro meses?
No ano passado, neste mesmo campeonato da II Liga, a Naval
foi condenada à perda de 12 pontos por dívidas a antigos jogadores e houve rescisões
de contrato em várias equipas por salários em atraso. A formação da Figueira da
Foz não conseguiu mesmo inscrever-se nas competições profissionais por não
reunir os pressupostos financeiros exigidos pela Liga.
O que vai acontecer este ano? Aos dirigentes desportivos pede-se
que sejam mais do que sejam simples adeptos, exige-se que tenham competências
na área da gestão – desportiva e empresarial – para evitar que os clubes que
dirigem caiam em loucuras que, infelizmente, ainda se vêem muito por aí. Haver dirigentes
que, logo no início da época, já andam com o “credo na boca” é arrepiante e
leva-me a pensar que os dirigentes devem ser responsabilizados pessoal e
particularmente pelos compromissos que assumem enquanto porta-vozes dos clubes.
Como quem “o” tem, tem medo, quando isso acontecer, dar-se-á
um passo decisivo para a transparência e para a credibilidade de todo o
futebol.
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