Sem por em causa a legitimidade do cidadão João Manuel
Vieira Pinto de se candidatar a qualquer órgão autárquico, trata-se, na minha
opinião, de mais um exemplo de promiscuidade entre a Política e o Futebol. Não se
reconhece a João Vieira Pinto qualquer experiência em política autárquica ou em
qualquer outra área que justifique a confiança dos eleitores através do voto.
Não tenho dúvidas: o facto de ele ter sido atleta de eleição, o que o levou a
representar muitas vezes a Seleção Nacional, não basta para se ser Presidente
de Junta de Freguesia. Mais: tenho pena que uma pessoa com o seu currículo
desportivo se sujeite a este tipo de jogadas político-partidárias.
João Vieira Pinto foi convidado por Luís Filipe Menezes,
nomeado pelo PSD para concorrer à Câmara Municipal do Porto. A candidatura de
Menezes, atual presidente da Câmara de Gaia, já foi alvo de um impedimento
judicial, uma vez que o tribunal julgou favoravelmente uma ação interposta pelo
Movimento Revolução Branca que pretende que os autarcas que já tenham cumprido
três mandatos num concelho possam ser candidatos noutro concelho, contornando a
lei de limitação de mandatos votada na Assembleia da República.
Apesar da determinação do Tribunal, Luís Filipe Vieira (tal
como Fernando Seara, por exemplo, candidato pelo mesmo partido à Câmara de
Lisboa) continua a agir como se nada fosse, fazendo tábua rasa da decisão da
Justiça. De recurso em recurso, à velocidade a que a Justiça anda, não se sabe
ainda se o candidato pode vir a apresentar-se efetivamante a votos. Mas isso
são coisas para discutir noutros locais que não neste blog vocacionado para o
Desporto e para o Futebol em particular. Aqui, o que interessa é o
ex-futebolista João Vieira Pinto estar envolvido nestas coisas, que não
contribuem com nada de positivo para a sua imagem. Eu não votaria nele, mesmo
que se apresentasse a votos sob a bandeira do meu partido.
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