Enquanto simples observador – e não adepto do clube – sempre
que ouvia Eduardo Barroso perguntava-me como era possível ele fazer oposição sistemática
à Direção sendo ele presidente da AG. Não pela oposição em si – que revela,
obviamente, um enorme falta de solidariedade institucional – mas sobretudo pela
forma como a fazia, qual comentadeiro
de programa televisivo e sem a elevação que deveria exigir-se a alguém que
ocupa o cargo de presidente da Assembleia Geral de um clube como o Sporting.
As eleições aconteceram e eu pensei que o clima de guerrilha
atenuasse um pouco. E talvez isso tenha acontecido durante uns dias. Mas foi
sol de pouca dura, como se pode ver pelas declarações de Carlos Barbosa,
vice-presidente na direção de Godinho Lopes. Falando à Rádio Renascença, o
ex-dirigente não esteve com meias medidas e disse que "os sócios do Sporting
elegeram um garoto para presidente”. E acrescentou: “anda muito excitado, aos
pulos quando o Sporting marca, mas não tem capacidade para gerir um clube. Vai
durar mais um ou dois meses”.
Embora claramente dirigidas a Bruno de Carvalho, as
declarações de Carlos Barbosa representam, também e sobretudo, a passagem de um
atestado de menoridade aos sócios do Sporting que o elegeram. E isso não me
parece aceitável, seja lá quem for Carlos Barbosa.
Durante anos, disse-se que o Sporting tinha os melhores
adeptos do Mundo. Não sei dizer quando é que isso deixou de acontecer, mas a
verdade é que com adeptos destes nenhum clube precisa de inimigos.
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