segunda-feira, 29 de abril de 2013

O trolha

A situação está longe de ser virgem, mas porque volta a acontecer deve ser denunciada. Desta vez é Emídio Rafael que é impedido de exercer a sua profissão e de dar seguimento à função para a qual foi contratado. Segundo a Imprensa, a razão do impedimento é o próprio contrato do jogador. Confuso? Nem por isso…

O Sp. Braga está a travar uma luta titânica com o Paços de Ferreira para assegurar um lugar na Liga dos Campeões do próximo ano. Na sexta-feira, os bracarenses viram o seu defesa-esquerdo Elderson ser expulso e muita gente pensou que, na próxima jornada, seria Emídio Rafael, habitualmente utilizado na equipa B, a substituir o habitual titular. Seria o regresso do português à equipa principal. Mas parece que isso é algo que não vai acontecer. Veja-se porquê.

Emídio Rafael foi contratado no mercado de Inverno, após duas lesões muito graves contraídas quando ainda era jogador do F.C. Porto. O vínculo tinha (tem) validade até ao final da presente temporada. Mas, talvez porque houvesse dúvidas quanto à sua recuperação plena, o contrato que assinou impunha um mínimo de 15 jogos para que a ligação fosse automaticamente renovada por mais três anos.

Emídio Rafael está a apenas duas partidas de atingir a dezena e meia e… garantir a renovação do contrato. Segundo o Record de hoje, esse é “um cenário que desagrada a António Salvador”, o presidente dos bracarenses. O mesmo jornal acrescenta que “por esse motivo, e sem que fosse dada qualquer explicação oficial, o jogador não foi convocado para o embate do Braga B com o Marítimo B”, que se jogou ontem. E, obviamente, não será utilizado na equipa principal, sendo vítima do próprio sucesso.

A história, que é tudo menos engraçada, faz-me lembrar a daquele trolha a quem foi prometida uma promoção e correspondente aumento salarial se construísse determinado muro num determinado tempo. “Está tudo aí. Tijolos, areia, cimento, é começar a trabalhar e quanto mais depressa acabares, mais depressa serás promovido” – disse-lhe o empreiteiro. O trolha começou a trabalhar e a obra seguiu a bom ritmo. Mas, muito antes do prazo terminar, quando o muro estava quase pronto e ele já se via promovido e a auferir salários principescos… acabaram-se os tijolos.

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