domingo, 7 de abril de 2013

Não admira...

A Naval foi condenada pela FIFA à subtração imediata de 12 pontos na classificação por manter dívidas antigas a dois clubes brasileiros a quem contratou jogadores. As dívidas ascendem a 480 mil euros.

A precária situação financeira do clube é do conhecimento de todos, sendo de estranhar que tenha conseguido reunir os pressupostos que lhe permitem continuar a disputar o campeonato da 2ª Liga. Já em dezembro, vários futebolistas rescindiram contrato por salários em atraso (Tozé Marreco, Roberto, João Pedro e Bruno Di Paula, nomeadamente), mas o clube conseguiu contratar e inscrever outros a quem, pelo menos a julgar pelo que é publicado na Imprensa, também não paga. Recorde-se, aliás, que os jogadores fizeram um pré-aviso de greve que foi entretanto desconvocada por ter sido acionado o fundo de solidariedade.

É justo que os clubes que não respeitem os seus compromissos, quer com jogadores – salários, prémios e outras regalias – quer com outros clubes – direitos de formação, etc – sejam punidos. E a punição desportiva, através da retirada de pontos, da descida de divisão ou mesmo da cessação da atividade competitiva em escalões profissionais é eventualmente aquela que pode ter um maior efeito dissuasor sobre os prevaricadores.

A decisão agora tomada pela FIFA é final e vinculativa e terá sido já transmitida à FPF a quem compete notificar a Liga. Espanta é que as dívidas em causa sejam referentes à contratação de jogadores (Rodrigo Café e Felipe Brochieri) que fizeram parte do plantel na época de 2007/08. Desconheço quando os clubes credores levaram o caso à atenção da FIFA, mas desde a época em que aqueles brasileiros jogaram na Naval passaram cinco anos. 

Outra coisa a sublinhar: Rodrigo Café jogou 20 minutos no campeonato; Felipe Brochieri, jogou 12. Um pouco caro para justificar 480 mil euros. Com negócios destes, não admira a débil tesouraria da Naval…

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