domingo, 7 de abril de 2013

Crédito e descrédito

Depois do Vit. Guimarães, coube agora ao Leixões ser punido pelo Conselho de Justiça da F.P.F. com um jogo à porta fechada. Desta vez, o motivo da pena deve-se a comportamentos racistas de adeptos leixonenses no encontro que opôs a equipa de Matosinhos ao Belenenses (11ª jornada da 2ª Liga).

Independentemente da justiça da pena (o clube vai interpor recurso para os tribunais civis), sobre a qual não me pronuncio, quero sublinhar – como já aqui o fiz em diversas ocasiões – a lentidão da justiça desportiva. Desde o jogo em questão, passou mais de uma volta e o Leixões já foi ao Restelo retribuir a visita do Belenenses numa partida em que, como a Comunicação Social noticiou, ficou igualmente marcada por atos de indisciplina e confrontos verbais e físicos entre adeptos de ambos os clubes.

A lentidão com que este tipo de casos é tratado é de bradar aos céus. Contrariamente ao que acontece com a “justiça civil”, onde alguns processos se arrastam durante tantos anos que até prescrevem, a “justiça desportiva” só faz sentido se for feita num curto espaço temporal. Não faz sentido, por exemplo, um clube ser punido numa época desportiva por acontecimentos registados em época desportiva anterior, uma vez que devido ao sistema de subidas e descidas de divisão, os concorrentes de cada clube divergem de ano para ano. E estes podem, obviamente, beneficiar das penas aplicadas ao primeiro.

Seria bom que a justiça desportiva fosse, pois, mais lesta, assegurando contudo a todos os envolvidos os direitos de recurso de decisões tomadas em primeira instância.

No caso do Leixões, não se percebe – eu não percebo – o que pode justificar um atraso de tantos meses para anunciar o castigo. E isso descredibiliza os órgãos federativos que tomam estas decisões e descredibiliza, em fim de contas, a própria justiça desportiva.

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