Houve um tempo em que os jornais tinham, além de
jornalistas, revisores. Cabia-lhes, antes de serem publicados, ler os artigos redigidos por aqueles, de
forma a evitar gralhas. Hoje já não há revisores nos jornais – o único que se
conhece ainda é o Word, mas só deteta erros ortográficos ou de sintaxe – sugerindo formas
alternativas. Mas que fazem falta, lá isso fazem. É que os revisores não reviam
apenas questões de linguagem, impediam também outro tipo de erros que os
jornalistas por vezes cometiam.
Vem isto a propósito de um texto assinado por Cláudia
Soares, no Record de sábado passado. A propósito do apadrinhamento, por Nuno
Gomes, de um torneio para jovens açorianos, a jornalista escreve que o
ex-avançado benfiquista “recorda com saudade as viagens que fazia à Pérola do
Atlântico para defrontar o Santa Clara”. E eu, que na minha memória já confio
pouco, dei-me ao trabalho de verificar: então a Pérola do Atlântico não é a
ilha da Madeira? O Google nem me deixou terminar a pergunta: – É, respondeu-me, de imediato.
Apeteceu-me enviar o texto da Cláudia Soares ao antigo treinador do
F.C. Porto, Paulo Fonseca, que tão glosado foi por dizer que a sua equipa iria
a Leverkusen para ganhar quando na realidade o F.C. Porto iria à Alemanha, sim,
mas a Frankfurt. O técnico portista não foi poupado, primeiro pelos jornalistas
e, depois, pelos adeptos. Aliás, no mesmo jornal em que Cláudia Soares dá, na
página 27, evidência da sua ignorância em matéria de Geografia, pode ler-se, na
página 38, sobre o “síndrome Paulo Fonseca”. De que, pelos vistos, a jornalista
do Record também foi afetada.
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