quarta-feira, 19 de março de 2014

Síndrome Paulo Fonseca

Houve um tempo em que os jornais tinham, além de jornalistas, revisores. Cabia-lhes, antes de serem publicados, ler os artigos redigidos por aqueles, de forma a evitar gralhas. Hoje já não há revisores nos jornais – o único que se conhece ainda é o Word, mas só deteta erros ortográficos ou de sintaxe – sugerindo formas alternativas. Mas que fazem falta, lá isso fazem. É que os revisores não reviam apenas questões de linguagem, impediam também outro tipo de erros que os jornalistas por vezes cometiam. 

Vem isto a propósito de um texto assinado por Cláudia Soares, no Record de sábado passado. A propósito do apadrinhamento, por Nuno Gomes, de um torneio para jovens açorianos, a jornalista escreve que o ex-avançado benfiquista “recorda com saudade as viagens que fazia à Pérola do Atlântico para defrontar o Santa Clara”. E eu, que na minha memória já confio pouco, dei-me ao trabalho de verificar: então a Pérola do Atlântico não é a ilha da Madeira? O Google nem me deixou terminar a pergunta: – É, respondeu-me, de imediato.

Apeteceu-me enviar o texto da Cláudia Soares ao antigo treinador do F.C. Porto, Paulo Fonseca, que tão glosado foi por dizer que a sua equipa iria a Leverkusen para ganhar quando na realidade o F.C. Porto iria à Alemanha, sim, mas a Frankfurt. O técnico portista não foi poupado, primeiro pelos jornalistas e, depois, pelos adeptos. Aliás, no mesmo jornal em que Cláudia Soares dá, na página 27, evidência da sua ignorância em matéria de Geografia, pode ler-se, na página 38, sobre o “síndrome Paulo Fonseca”. De que, pelos vistos, a jornalista do Record também foi afetada.

Sem comentários:

Enviar um comentário