Não sou sócio do Vit. Setúbal – não o sou de nenhum clube –
mas admito que tenho alguma simpatia pelos sadinos. Porquê? Porque admiro
alguns antigos jogadores. Jacinto João, Jaime Graça, Rebelo, Vaz, Silvino,
Nandinho, Hélio e outros. São muitos e, antes de todos, um: Fernando Tomé
verdadeira memória viva do clube e um exemplo em quem os novos jogadores deveriam
inspirar-se.
Na linha de Tomé, há uma outra velha glória que me habituei
a respeitar pela sua lealdade e dedicação ao Vit. Setúbal: Carlos Cardoso, um
dos melhores jogadores da história do clube, que representou durante 13 temporadas.
Depois de deixar de jogar, enveredou pela carreira de treinador, somando naturais
sucessos e insucessos por onde passou.
Não ouvia falar de Carlos Cardoso desde 2008/09, época em
que, mais uma vez, o treinador não resistiu ao apelo do seu clube do coração: com
o Vitória quase condenado à descida, pegou na equipa e salvou-a novamente. Um
empate na última jornada, no terreno da Naval, consumou o “milagre da salvação”.
Na imprensa de hoje, há notícias sobre Cardoso. Fernando
Oliveira, que disputa a presidência do Vit. Setúbal com Júlio Adrião, acusa o
antigo jogador e treinador de ter impedido o clube de inscrever jogadores devido
a dívidas antigas. “Já lhe pagámos 85 mil euros, mas continua a pôr-nos em
tribunal e a colocar o processo na Liga, porque ainda lhe devemos 40 mil” – diz
Oliveira.
Carlos Cardoso integra o Conselho Vitoriano na lista de
Adrião e Fernando Oliveira diz que quem põe o Vitória em tribunal deveria ser
impedido de ser dirigente do clube. Calculo – mas é só uma suposição – que se
Cardoso é candidato a qualquer coisa é porque tem as cotas em dia. Ou seja: ele
cumpre com o clube, o clube é que não cumpre com ele.
Li a história no jornal de hoje e não pude impedir-me de
pensar em Nilton. Por bem menos, o humorista poderia virar-se para Fernando
Oliveira e disparar: “ – Paga o que deves!”
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