No dia anterior à visita que a Académica fez ao estádio da
Luz, o Expresso publicou uma entrevista com o treinador dos estudantes, Sérgio
Conceição. Na entrevista, logo de entrada, é feito um
paralelo com Jorge Jesus. Recordando que o atual técnico do Benfica foi o
primeiro treinador de Sérgio Conceição, quando este chegou a profissional, a
jornalista classifica-os de “intensos e explosivos” e diz que ambos se falam
quase todas as semanas e que Jesus é um dos raros amigos que Sérgio Conceição
mantém no Futebol depois de ter jogado em Itália, Bélgica, Grécia e Kuwait,
além de Portugal, claro.
O paralelo entre os dois talvez tenha razão de ser. Ambos vivem
apaixonadamente a sua profissão o que faz com que sejam “intensos e explosivos”.
Uma coisa, no entanto, parece separá-los: a humildade.
No final do jogo contra o Benfica, Sérgio Conceição,
certamente frustrado com a exibição da Académica, que durante 90 minutos foi
inofensiva e indefesa, desabafou que “a jogar desta maneira até com o Casa Pia
perdíamos”. Quando li as declarações, achei-as deselegantes. A Académica –
como certamente muito bem sabe Sérgio Conceição – tem uma longa e estreita
ligação com os casapianos, que vem dos tempos de Cândido de Oliveira, um nome
histórico para ambos os emblemas. E tal forma que os clubes disputaram, durante
anos a fio, a Taça Cândido de Oliveira, em jogo amigável, sempre disputado no
estádio de Pina Manique. Para ilustrar o seu desalento, o treinador da Briosa
teria feito melhor em escolher um Alguidares-de-Baixo-qualquer ou um
Salpicos-da-Beira.
No dia seguinte, Sérgio Conceição pediu desculpas publicamente.
A notícia quase passou despercebida, tão pouca importância a Imprensa lhe deu.
Mas o facto é que Conceição, honra lhe seja feita, teve a humildade de se penitenciar
pelas palavras infelizes que proferiu. Jesus, por seu lado, não deve saber o
que significa a palavra “humildade”. Quanto a pedir desculpas, o
desconhecimento deve ser ainda maior.
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