Se dúvidas houvesse – e já havia poucas – o empate do
Sporting ontem, em Setúbal, dissipou-as: o Benfica será o vencedor da Liga
Portuguesa de Futebol. E, acrescento desde já, será um título amplamente
merecido.
O Vit. Setúbal – Sporting terminou envolto em polémica. Os “leões”
ficaram revoltados com a arbitragem de Vasco Santos, que acusam de ter
invalidado um golo a Adrien Silva por fora-de-jogo que não existiu e de ter
marcado uma grande penalidade inexistente, com que os vitorianos empataram, ao
minuto 89’.
Compreendo a frustração dos sportinguistas, cuja equipa tem
feito um campeonato muito para além do que se esperava. Às quartas-feiras, o
Record publica uma secção com o nome “Árbitros ao Raio X”, que integra uma
tabela onde estão contabilizados os “pontos de verdade”, que seriam aqueles que
contados se não tivesse havido erros de arbitragem, e os “pontos reais”, ou
seja, os que cada clube efetivamente tem. Na classificação da semana passada,
Sporting e Belenenses eram as equipas consideradas mais prejudicadas pela
arbitragem: tinham, cada uma, menos cinco pontos do que deveriam ter. O
Nacional era a mais beneficiada, com cinco pontos a mais ditados por
arbitragens infelizes.
O Sporting terá, portanto, razões de queixa da
arbitragem, que lhe “subtilizou” cinco pontos (na classificação desta semana,
já serão sete). Mas, a este propósito, gosto de recordar uma afirmação de Toni,
à altura treinador do Benfica campeão, que, confrontado com a eventualidade de
o seu clube estar a ser beneficiado pelas arbitragens terá dito que “no final
fica ela por ela, há jogos em que somos beneficiados, outros em que somos
prejudicados e é assim com todos as equipas pelo que no final as coisas acabam
por equilibrar-se”.
Dito isto, não restam dúvidas de que o Benfica – que na
referida classificação virtual apresenta “saldo zero” entre pontos “reais” e “de
verdade” – tem praticado um melhor futebol e sido muitíssimo mais consistente
do que os seus adversários diretos. Em consequência, se os encarnados confirmarem,
nas próximas jornadas, a conquista do Campeonato, será mais do que justo. E
limpinho.
De qualquer maneira, não ligo muito à arbitragem. Custa-me é
verdade, quando os árbitros erram, porque os seus erros implicam prejuízos de
terceiros enquanto um penalti falhado ou um frango sofrido só prejudicam os
próprios. Mas não há alternativa a isso sem o recurso à tecnologia, contra o
qual muitos se manifestam.
Pela minha parte, situações como se vivem no Ténis,
com o “olho-de-falcão”, ou no Hóquei no Gelo, em que uma equipa pode, uma só
vez em cada jogo, apelar da decisão do árbitro, são bem-vindas ao Futebol.
Seria, aqui também, uma questão de justiça. E as coisas seriam ainda mais "limpinhas".
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