Santiago Maior, mais propriamente a Associação Desportiva e
Cultural de Santiago Maior tem sede na Aldeias de Pias, no Alandroal. Foi
fundada em 1985, é um clube jovem e participou este ano na Divisão de Honra da
Associação de Futebol de Évora, que terminou domingo. Em 26 jogos, o Santiago
Maior contabilizou 26 derrotas. Nem um pontinho, para que os jogadores pudessem
mais tarde contar aos netos que “uma vez conseguimos empatar, nunca me hei-de
esquecer…”.
Parece que estou a “gozar” com a situação. E estou. Sigo o
exemplo dos alentejanos, os primeiros a contar anedotas em que eles próprios
são os protagonistas. Mas, no meio do gozo, algumas palavras de simpatia e um
aplauso para os jogadores, equipa técnica, dirigentes e simpatizantes do
Santiago Maior.
Imagino a dificuldade de manter em atividade uma equipa nas
profundezas do País real. O que deduzo daquilo que vi na net é que o presidente
é também um dos principais financiadores, Manuel Catronga, tal como o Galera’s
Bar e a Fruteira Silva. O que pode levar uma empresa a patrocinar um clube que
nunca ganha? Certamente apenas o bairrismo, porque não estamos a falar de um
sponsorship com perpectivas de retorno… Honra então, também, aos
patrocinadores. Se algum dia passar no Alandroal, hei-de ir beber uma cerveja
ao Galera’s Bar…
O que pode levar os adeptos e simpatizantes a apoiar uma
equipa que nunca ganha? Não sei, a paixão clubística não se explica, não se
entende, apenas se sente. Às derrotas, aquela de 9-0 ou a de 2-1 segue-se a
esperança “do tal empate” na jornada seguinte? Responda quem souber.
Mas os certamente esforçados jogadores do Santiago Maior, em
especial o Nuno Zorreta (deve ter sido ele a enfardar grande parte dos 116
golos sofridos), merecem todos os aplausos que os meia-dúzia de adeptos, e não
deverão ser muitos mais do que esses, lhes dedicaram em cada jogo. Não merecem é que o padroeiro lhes vire as costas.
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