Surpreendem-me, por várias razões, as declarações que Júlio
Mendes fez à Radio Santiago e que foram reproduzidas na imprensa. Por três
ordens de razão:
- Que um presidente de clube queira que a sua equipa ganhe,
é normal. Que queira ficar à frente de outras por motivos extradesportivos é
que não acho bem;
- Não creio que seja desportivamente aceitável que se
premeie o demérito – terminar atrás – em detrimento do mérito – terminar à
frente, dando àquele a manutenção e a este a descida. Num caso destes, deveriam
descer ambos;
- Por falar em mérito, o Vit. Guimarães, tal comos todos os
outros cinco clubes com equipas B, não tem qualquer mérito em ter disputado
este ano a II Liga. As equipas B foram colocadas lá, não conquistaram esse
lugar, apenas lhe foi atribuído;
- Mas, acima de tudo, surpreendem-me as expetativas de Júlio
Mendes porquanto é público que pelo menos três ex-jogadores vimaranenses
rescindiram os seus contratos de trabalho com o clube por terem os seus
salários em atraso. Ou seja: O Vit. Guimarães corre o risco, ele próprio, de
não conseguir atingir os pressupostos necessários para disputar as competições
profissionais no próximo ano.
Claro, tudo isto é no plano teórico. Acredito que o clube
minhoto dispute a I Liga – e a sua equipa B, a II Liga – mesmo que não consiga aqueles
pressupostos. Quantos dos leitores acreditam que os 32 clubes das duas ligas
profissionais conseguiram, de facto, esses pressupostos? O futebol português é
o que se sabe e foi – coincidência – um antigo presidente vimaranense a dizer
que “o que é verdade hoje, é mentira amanhã”.
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