quarta-feira, 24 de julho de 2013

Entre as brumas da memória

Os  ingleses chamam silly season (época tola, numa tradução literal e livre) àquele período de algumas semanas que medeia duas temporadas futebolísticas. Desconheço a origem da expressão e as razões pelas quais é empregue, mas posso facilmente admitir que se deva às tolices ditas e feitas por diversos agentes desportivos: dirigentes, em primeiro lugar, jogadores e seus representantes legais, etc.

Nesta silly season que estamos a viver, e que ainda vai durar mais cerca de três semanas antes de começar o campeonato da Liga, uma das novelas tem sido a relação entre o Sporting e o seu (ex?) jogador Bruma. O jovem, com quem o Sporting pensava ter contrato, despediu-se do clube e encontra-se em parte incerta, provavelmente sem se preparar fisicamente de maneira apropriada, à espera que o seu futuro seja definido.

Como não sou jurista e desconheço os contornos legais do diferendo limito-me a um lugar-comum: jogador e clube têm legitimidade para defenderem aquilo que pensam ser os seus direitos.

Além da questão jurídica, no entanto, há a questão profissional e humana. Há um jogador que está impedido (mesmo que auto-impedido, se quiserem) de exercer a sua profissão numa altura crucial da temporada, aquela em que os treinadores “montam” as equipas com o plantel que irão ter à sua disposição. O jogador é jovem e tem, ao que parece, um potencial futebolístico imenso. Será que também a forma psicológica necessária para ultrapassar este período atribulado da sua carreira? Espero que sim, porque seria pena que, por uma qualquer tolice, um grande talento se perdesse entre as brumas da memória.

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