O tenista
sérvio Viktor Troiki foi suspenso por 18 meses depois de ter violado o
regulamento anti-doping da Federação Internacional de Ténis. O jogador foi alvo
de um controlo anti-doping em abril passado, mas disponibilizou apenas uma
amostra de urina, recusando ceder uma amostra de sangue sob o pretexto de se
encontrar indisposto.
A luta
contra a utilização de doping no Desporto sofreu um grande desenvolvimento ao
longo dos anos. A necessidade de tornar as competições mais transparentes
obrigou as autoridades a, numa primeira fase, punirem os atletas que recusassem
submeter-se a controlo. Quem o fizesse era automaticamente suspenso, como se
tivesse mesmo ingerido produtos dopantes, ainda que ninguém o pudesse provar.
Posteriormente, a imposição do “passaporte biológico” apertou ainda mais as
malhas da lua anti-dopagem.
Apesar de
todos os esforços e dos milhões investidos na luta contra a batotice, a verdade
é que não se consegue erradicar o doping do Desporto. Nos últimos meses, isso
foi por demais evidente, depois de confirmadas as fortes suspeitas que
envolviam o ciclista Lance Armstrong, que entretanto tinha atingido o estatuto
de herói mundial. A confirmação de casos
no Atletismo, com Campeões Olímpicos e Mundiais suspensos, prova à sociedade
que a luta anti-doping é um fracasso. Fracasso que se torna ainda maior de cada
vez que alguém é apanhado. O problema é que a investigação para desenvolver as
práticas de dopagem andará sempre mais depressa do que a sua repressão.
Como já o
disse aqui, há muitos anos que defendo que a utilização do doping no Desporto
deveria ser despenalizada. Se todos tomassem a mesma coisa, sem receio de serem
apanhados, então seriam sempre os melhores a vencer, a serem mais fortes, a irem
mais longe, mais rápido, porque o efeito seria o mesmo para todos. E, se assim
fosse, deixaria de fazer sentido tomar produtos para melhorar o desempenho
desportivo.
Talvez a
sociedade ainda não esteja preparada para a despenalização do doping, mas um
dia, isso vai acontecer. A não ser que prefira pensar que um ciclista é capaz
de subir montanhas e pedalar 300 quilómetros comendo uma torrada e bebendo uma
meia de leite ao pequeno-almoço.
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