No dia em que o treinador da Académica cumpre o segundo de
três jogos de castigo, na sequência de uma suspensão de 20 dias, foi anunciado
que o F.C. Porto foi multado em 383 euros por ter atrasado o início da sua
partida com o Marítimo a contar para a Taça da Liga. Ambas as penas foram
impostas pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.
O castigo ao F.C. Porto surge após uma queixa do Sporting. A
equipa leonina julgou-se prejudicada pelo facto dos dragões, seus concorrentes diretos,
começarem a jogar depois da hora marcada e, portanto, poderem “jogar com o
tempo”, em função do resultado que sabiam verificar-se no jogo do seu
adversário. Mais do que os regulamentos, o bom senso manda que jogos entre
adversário diretos comecem à mesma hora.
Que seja bem claro: entendo que o F.C. Porto não ganhou o acesso à meia final da Taça da Liga porque o seu jogo começou depois daquele que o Sporting disputava em Penafiel. É verdade que os portistas marcaram dois golos já depois dos sportinguistas terem acabado o seu jogo, mas isso, para mim, é dado acessório.
No meu entender quem fica mal na fotografia é a Liga, como
já aqui escrevemos. É à Liga que compete assegurar que os jogos comecem à hora
marcada, ou, se isso não for possível, por se registar um atraso numa das
partidas não permitir que o outro jogo comece, de forma que ambas os desafios comecem
em simultâneo.
É pois a Liga de Clubes que, com a sua negligência, permite
que se lance um manto de descrédito e de desconfiança sobre a competição e a
entidade organizadora, ou seja, a própria Liga.
Voltando a Sérgio Conceição, a pena de que é alvo, está relacionada
“com a lesão da honra e reputação da entidade federativa e da Liga de Clubes”. Após
o jogo com o Estoril Praia (0-1), o treinador da Académica afirmou que “fizemos
um golo limpo e mais uma vez fomos prejudicados pela arbitragem. Se calhar não
nos querem lá em cima na tabela. Somos um clube simpático, até simpático de
mais, e as pessoas sentem-se confortáveis para nos prejudicar".
Não entendo que as palavras do jovem técnico academista
lesem mais a honra e reputação da entidade federativa e da Liga de Clubes do
que o regabofe em que se tornou a Taça da Liga.
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