Tinga, que passou fugazmente pelo Sporting há cerca de dez
anos, representa actualmente o Cruzeiro. A equipa brasileira deslocou-se
recentemente ao Peru para defrontar o Real Garcilaso num jogo a contar para a
fase de grupos da Taça Libertadores. A partida ficou marcada por cenas
lamentáveis com os adeptos da equipa da casa a manifestarem atitudes racistas
sempre que Tinga tocava na bola.
Nestas coisas, o resultado do jogo importa pouco. Importa
mais o comportamento dos adeptos e a forma como as autoridades desportivas vão
agora lidar com o assunto. É público que sempre que Tinga tocava na bola
(entrou aos 66’), os adeptos do Real Garcilaso imitavam macacos. Após o jogo, Tinga, de 36 anos, teve uma das melhores jogadas da sua vida quando disse que
“preferia não ter ganho todos os títulos da minha carreira e conquistar o
título contra o preconceito desses atos racistas. Trocaria tudo por um mundo
com igualdade entre todas as raças e classes”.
Nas redes sociais, foram muitos os jogadores brasileiros a
solidarizarem-se com Tinga. Ronaldo, Ronaldinho, Neymar, Pato e David Luiz são
apenas alguns exemplos. Jogdores, treinador e dirigentes da equipa peruana
pediram desculpa e a própria presidente do Brasil, Dilma Roussef veio a público
dizer que “foi lamentável. Acertei com a ONU e com a FIFA que o nosso Mundial
será a Copa contra o racismo, porque o Desporto não deve ser jamais palco para
o preconceito”. São, naturalmente palavras bonitas, mas que perdem sentido se
não forem acompanhadas com penalizações concretas e severas ao clube a que
pertencem os adeptos racistas.
Em Portugal, na época passada, Nacional e Leixões foram
obrigados a fazer um jogo à porta fechada, como pena por adeptos seus entoarem
cânticos racistas. A “coisa” passou mas não deve ser esquecida. Parece-me, de
qualquer maneira, que jogar à porta fechada não é castigo suficiente para os
clubes de adeptos com este tipo de comportamento. Na minha opinião, deveria
avançar-se para a perda de pontos dos clubes a que os adeptos pertencem e para
a interdição destes frequentarem recintos desportivos. Assim haja coragem.
PS - A proibição de frequentar recintos desportivos deveria ser alargada àqueles que, sobretudo nas bancadas do Estádio do Dragão, incentivam a sua equipa lançando imprópérios às mães dos adeptos de um clube rival. De uma forma mais geral, também àqueles que parecem conhecer bem as mães dos árbitros...
PS - A proibição de frequentar recintos desportivos deveria ser alargada àqueles que, sobretudo nas bancadas do Estádio do Dragão, incentivam a sua equipa lançando imprópérios às mães dos adeptos de um clube rival. De uma forma mais geral, também àqueles que parecem conhecer bem as mães dos árbitros...
Sem comentários:
Enviar um comentário